Mancini explica mudanças, valoriza semana de treinos e elogia jogo do Corinthians

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O Corinthians derrubou o líder São Paulo neste domingo pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para Vagner Mancini, a vitória contra o rival foi fruto da preparação e estratégia montada ao longos dos últimos dez dias, entre o empate contra o Fortaleza e o Majestoso deste final de semana, e pode apontar para coisas maiores na competição.
“A partir do momento em que você vê uma equipe organizada, que não toma gols, que foi melhor que o adversário… o jogo do Corinthians tem que ser esse, o patamar tem que ser outro e lógico estamos em busca disso. E óbvio que essa vitória nos dá a possibilidade de sonhar um pouquinho mais no campeonato, ainda estamos distantes daquele grupo que está um pouco a frente, mas jogo a jogo a gente vai buscar, exatamente se afastar daquilo que nos incomoda para buscar outros objetivos”, comentou o treinador em entrevista coletiva após o clássico.
“Hoje, após 60 dias no clube, vejo uma equipe jogando com personalidade contra o líder, com imposição, atitude, que não teve medo de marcar adiantado”, seguiu o treinador.
Outro ponto levantado por Mancini foi a entrada de Léo Natel no lugar de Jô, suspenso. Matheus Davó era cotado para assumir a vaga, mas acabou ficando fora do banco de reservas pela estratégia montada pelo treinador e pelo desempenho abaixo do esperado nos treinos.
“A entrada do Natel se deu em cima da estratégia, precisava de um jogador de força, velocidade, para que no momento em que o São Paulo iniciasse a saída no setor deles, quando a gente roubasse a bola, tivéssemos um jogador que conseguisse chegar rápido à área adversária. E ele foi muito bem no jogo. Nessas últimas semanas tivemos a entrada do Jô, ele estava suspenso hoje, e o desempenho do Davó nos treinos era inferior ao que estava vendo de outros atletas. Tentamos ser os mais justos e colocar quem está na melhor condição”, explicou.
Com a vitória, o Corinthians ganhou duas posições no Brasileiro e subiu para o 9º lugar, com 33 pontos somados, oito abaixo do Grêmio, primeiro time dentro do G6.
Confira todas as respostas de Mancini na coletiva:

Evolução no desempenho

“Vejo uma evolução muito grande. Quando um técnico quer armar sua metodologia de jogo, ele tem que corrigir uma série de coisas. O Corinthians vinha de uma forma que me ajudou porque já era organizado taticamente, aí você coloca sua cara e espera que aconteça de forma favorável. Hoje, após 60 dias no clube, vejo uma equipe jogando com personalidade contra o líder, com imposição, atitude, que não teve medo de marcar adiantado, que fez com que o São Paulo tivesse um pouco de dificuldade na saída de bola, quando a gente adiantava um pouco a marcação, e isso tirou um pouco da confiança do São Paulo. Na segunda etapa, o Diniz mexeu, tornou o São Paulo sem um zagueiro com ainda mais posse de bola, e conseguimos fazer uma marcação e neutralizar na maior parte das vezes. Se tratando de um adversário muito bom tecnicamente, tivemos em um ou outro momento que abaixar um pouco as linhas, mas em todo o jogo tivemos mais oportunidades, 1 a 0 até foi pouco comparado com o que vi no jogo.

Sorte no lado do Corinthians

“Acho que hoje a sorte não foi só do Corinthians, tivemos algumas oportunidades de ouro e pecamos, por isso tivemos um jogo difícil no fim. Podíamos ter feito o segundo gol ainda no primeiro tempo. Quem tem competência para fazer um bom trabalho ao longo da semana, a sorte vai jogar junto na maior parte das vezes. A tomada de decisão não melhora no jogo a jogo, melhora no treinamento, com os treinos que montamos, para que o jogador tenha a melhor saída no jogo. Hoje a gente já tem, após 60 dias, um grupo que entendeu a nossa maneira de jogar, o Corinthians caminha dessa forma. Acho mais interessante quando você monta uma estratégia, aposta em algumas peças e isso funciona, como foi o caso do Léo Natel hoje”

Mudanças na equipe

“A entrada do Natel se deu em cima da estratégia, precisava de um jogador de força, velocidade, para que conseguíssemos arrastar no momento em que o São Paulo iniciasse a saída no setor deles, para que quando a gente roubasse a bola tivéssemos um jogador que conseguisse chegar rápido à área adversária. E ele foi muito bem no jogo, aguentou até o momento em que saiu no segundo tempo, a opção dele e não pelo Davó é exatamente (por isso). Aí queria voltar um pouco e lembrar que eu surpreendi a todos quando escalei o Davó, conversei com alguns atletas sobre isso e optamos pela entrada dele. Nessas últimas semanas tivemos a entrada do Jô, ele estava suspenso hoje, e o desempenho do Davó nos treinos era inferior ao que estava vendo de outros atletas. Tentamos ser os mais justos e colocar quem está na melhor condição, temos que deixar um pouco de lado aquela ideia dos 11 titulares e de uma forma única de jogar, dependendo do jogo, do campeonato, sua estratégia pode ser outra, por isso tenho 29 atletas, e tive que fazer as opções em cima, elas estão ligadas a estratégia de jogo. Pensei que poderia ter o Gustavo no 2º tempo se estivéssemos ganhando, se precisasse segurar mais a bola eu teria o Vital, por isso fiz essa opção. Boselli é opção, sei que o atleta encerra seu contrato no final do ano, mas é opção. Assim como foi o Jemerson, pegou covid-19 e ficou duas semanas em um ritmo inferior, quando você perde o rendimento de duas semanas de trabalho você precisa de três, talvez quatro para recuperar. Mas a entrada do Bruno respondeu minha pergunta, mas importante do que eu dar explicações, é todo mundo enxergar o que o Bruno fez dentro de campo, não vamos acertar sempre, mas as entradas de hoje foram acertadas”

Estratégia contra o São Paulo e tabu na Arena

“Montar estratégia de jogo tem várias etapas, precisa assistir vários jogos do adversário, tentar entender como o técnico adversário muda. Montamos a estratégia e treinamos, durante a semana inteira, e conversamos com os atletas, por isso que a gente usa a semana. A partir do momento que o Corinthians marca adiantado, o São Paulo rompe a linha e finaliza duas vezes, já está internalizado na equipe que (nesses momentos) tem que afastar, ‘fechar a casinha’, respirar, ver onde está errado e depois voltar. A partir do momento que detectamos o problema, conversamos e aí a gente passou a marcar melhor. Na troca do São Paulo, o São Paulo passou a ter uma saída com um zagueiro e dois volantes, marcamos mais os volantes e menos o zagueiro, tudo isso é fruto da semana de trabalho. Hoje a execução foi tão boa quanto a estratégia. Ao longo da semana a gente tem o hábito de fracionar a partida para dar tempo de falar sobre tudo e isso foi importante.
Foi usado sim o tabu, porque acho que também faz parte do jogo, para incentivar e fazer com que possam superar de dentro de campo. Enquanto estivermos aqui, não queremos perder para ninguém, ainda mais para um rival”