Sylvinho destaca espírito do Corinthians e explica saída de Willian: “Nada sério”

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O técnico Sylvinho destacou o espírito do Corinthians após o empate em 2 a 2 com o Red Bull Bragantino, neste sábado, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. No Nabi Abi Chedid, o Timão criou boas chances, mas perdia por 2 a 0 até o fim do segundo tempo, quando buscou a igualdade com Renato Augusto e Gustavo Mosquito.
“Futebol não é justiça, sobretudo quando você avalia apenas um jogo e não um trabalho mais completo. Realmente isso pode ocorrer, e nós não merecíamos a derrota, ainda mais como estava no placar, de 2 a 0. É a construção de um time e o espírito de luta corintiana, isso não pode faltar. O jogo foi muito bem elaborado e jogado pelos atletas, pelas comissões técnicas. Um jogo bonito de se ver, de muita qualidade. Acredito que o público ficou contente, de um modo geral, com o que foi apresentado”, analisou Sylvinho em entrevista coletiva após a partida.
“Nós lutamos, esse é o espírito. Corinthians não é só técnica e tática, ele é esse espírito. Estamos passando isso ao time num momento de construção. Eles estão entendendo isso, o que aumenta o nível de confiança de todos, é ótimo. Volto a dizer, nós não merecíamos sair com uma derrota daqui. Tivemos um primeiro tempo ligeiramente melhor, poderíamos ter feito o gol. Mas foi um jogo muito bem jogado e disputado”, completou.
O treinador também explicou a saída de Willian. Titular pela terceira vez desde que retornou ao Parque São Jorge, o camisa 10 foi substituído no segundo tempo e colocou gelo na coxa ao chegar no banco de reservas. Sylvinho garantiu que o desconforto não preocupa.
“O Willian quando volta para o segundo tempo tem um pequeno desconforto. Isso muitas vezes ocorre, o atleta baixa seu nível de intensidade e concentração. Nós estamos tendo um respeito pelas etapas desses atletas que estão voltando, é uma construção. Esses atletas vêm de um outro cenário, nós estamos monitorando treinamento e descanso, sabemos que tem um período de adaptação de todos eles. Um atleta que tem oito ou nove jogos seguidos é o Giuliano, que está mais adaptado, mais na frente. Os demais estão vindo, jogando e se adaptando ao campeonato, ao time e a construção. Nós preferimos não correr nenhum outro risco e tirar o Willian. De momento é um desconforto, os dias vão dizer. Absolutamente nada sério”, afirmou.
Por fim, o técnico falou da confiança que os recentes resultados trazem para o Corinthians. Antes de buscar o empate improvável, o Timão vinha de uma vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, quebrando um tabu de sete jogos sem vencer o rival.
“Trazem confiança. São equipes importantes e fortes. Fazia tempo que não ganhávamos o Derby, fizemos por merecer e um grande jogo. Foi um primeiro tempo bom o que tivemos hoje. Minutos antes de tomarmos o gol, tivemos uma bola na trave após a jogada do GP e do Róger (Guedes). Tivemos uma alma de Corinthians, um grande espírito, que relembrou momentos bonitos da história do clube. É um período de construção. Não pensávamos em sair com derrotas, de repente até duas vitórias. Conseguimos uma vitória e um bom empate, não merecíamos por nada perder”, concluiu.
Confira outros assuntos abordados na entrevista coletiva de Sylvinho:
Atuação de Cantillo e substituições
“O resultado não foi fruto meu. Eu sempre falo para vocês, não tenho nenhuma pretenção de ter um time com a minha cara, muito menos dizer que o treinador influenciou no resultado. É todo um grupo, uma construção. Os atletas responderam muito bem em campo. Eu entendo que o futebol brasileiro tem uma referência, de décadas já, que o primeiro volante é um volante marcador, que corre para os demais. Com a evolução, em outros cenários, esse primeiro volante tem se convertido nesse primeiro meio-campista com qualidade, que faz com que o time consiga desenvolver, que essa bola saia com maior qualidade. Ele fez isso e fez bem. O Cantillo vem do segundo jogo, geralmente os atletas demoram dois ou três jogos para entrar numa dinâmica e condição física 100%. Eu estive monitorando e perguntando ele no campo para saber em quais condições estava. Estava em boas condições, mas foi uma troca em que nós decidimos trazer o Renato (Augusto) para primeiro centro-campista, já que o Renato tem melhorado e adquirido essa condição física de jogo, e fazer a inversão do Gustavo (Mosquito) para a direita, onde ele rende bem, e o Adson entrando pela esquerda. Nós ficamos praticamente com o mesmo desenho, mas com atletas com qualidades diferentes nessas posições. Foi isso que ocorreu e deu certo”.
Poucas trocas de lado entre os pontas
“Não aconteceu porque no primeiro tempo nós estávamos muito bem posicionados, entendíamos o jogo assim, montamos dessa maneira e estava dando certo. O GP teve duas ou três saídas, muitos dribles para dentro, porque ele é canhoto, e fazendo a jogada do último passe. O Willian, do lado contrário, também, com chutes a gol, trazendo para dentro e com cruzamentos. A gente acabou tendo um bom volume de jogo no primeiro tempo, estava dando certo. Não havia a necessidade da troca, então eles permaneceram por ali. O segundo tempo já foi uma outra construção, vieram as substituições e mudou a característica do atleta, mas o desenho continuou o mesmo”.
Situação de Gustavo Mosquito, que perdeu espaço com a chegada de reforços
“É exatamente esse espírito de grupo que a gente tem construído e os atletas têm entendido perfeitamente. O Gustavo (Mosquito) é um atleta valorizado pelo clube. Ele conhece e tem desenvolvido a função. Lado direito é o lado forte dele, nós entendemos assim. Ele começou o campeonato conosco aqui, já jogou pelo lado esquerdo, hoje voltou pelo lado direito. É um atleta que está absolutamente comprometido com o grupo e com o clube. Ele entendeu esse processo de crescimento de alguns jovens, de maturação. Tem margem de crescimento, veloz, explosivo. Nos deu muitas assistências e é um atleta muito importante na nossa campanha até aqui e continuará sendo. Ele entendeu, está maturando e crescendo. Esse é o espírito que a gente tem, e os atletas vêm dando uma resposta excelente em relação a construção e união de um grupo”.
Desempenho do Renato Augusto
“O Renato tem a condição de fazer a função que terminou o jogo nos últimos 20 minutos, mais atrás. Optamos por ele para fazer a função do Cantillo para ter o time um pouco mais ofensivo. Ele faz parte desses atletas que estão qualificando nosso grupo, mas vai precisar dos jogos e minutos para se adaptar. Hoje fez os 90 minutos, estou feliz demais por ele, porque agrega muito a esse grupo”.