Vítor Pereira analisa vitória e revela Júnior Moraes no hospital antes de jogo do Corinthians na Copa do Brasil

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O Corinthians venceu a Portuduesa-RJ na noite desta quarta-feira por 2 a 0 e conseguiu sua classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil. O técnico Vítor Pereira gostou do primeiro tempo, apesar de acreditar que a equipe poderia ter feito mais gols.

“Entramos muito forte para o jogo. Tínhamos essa necessidade, agressivos do ponto de vista ofensivo e defensivo, e fizemos dois gols. Podíamos ter feito mais no primeiro tempo e, depois, fizemos a gestão, que é natural. A equipe sabe que tem dois jogos muito complicados (pela frente) e foi gerido o resultado. Queria mais gols para poder colocar os meninos da base mais cedo, mas entraram tarde”, iniciou o treinador na coletiva de imprensa após o duelo.

O técnico também falou de seus problemas no ataque, com algumas ausências, como de Jô e Róger Guedes, além de ter analisado mais uma vez a gestão do elenco – Júnior Moraes, que fez o seu primeiro gol com a camisa do clube, quase ficou de fora.

“Às vezes, nessa gestão que tentamos fazer, procuro convencê-los de que, se eles entrarem zerados nesses jogos, terão possibilidade de jogar no seu melhor nível. O Maycon foi possível gerir hoje. Antes do jogo, claramente vai sair, para jogar nos próximos dois jogos. É uma conversa diária, honesta. Tivemos problema com o Róger, levou uma pancada no último jogo, o Jô está com líquido no joelho e ontem teve problema com o Júnior Moraes estava com alergia, uma da manhã, algo que ele comeu. Mas deu para gerir o Júnior também. Vêm dois jogos que vão exigir muito. Prefiro que façam 45 ou 60 minutos com nível do que 90 minutos que não consigam jogar em seu nível. Eles têm que entender, a torcida tem que entender, porque é a única forma de manter a equipe competitiva”.

Esquecendo um pouco a Copa do Brasil, o Corinthians tem dois compromissos importantes na sequência: primeiro contra o Internacional, no sábado, às 19h (de Brasília), no Beira-Rio, pela sexta rodada do Brasileirão. Já na terça, às 21h30 (de Brasília), visita o Boca Juniors, na Bombonera, pela Libertadores.

Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:

Esquema tático e jogadores

“Nós trabalhamos em um sistema 4-3-3 e hoje seria 3-4-3, porque prometemos largura total, em qualquer altura, em uma equipe que se feche, temos sempre um homem aberto, para inverter. Fundamentalmente, colocar o Adson e Giuliano para jogar por dentro, o Gustavo é mais vertical, o Piton tem qualidade para frente. Para não desgastar tanto o Fábio, colocamos mais para trás. O jogo posicional permite isso, jogar por dentro, por fora. (…) A nossa base está trabalhando muito bem e gostaria de ter dado um pouco mais de tempo, não foi possível. Fizemos a gestão. O Fagner está lesionado, o João Pedro também, e o Rafa vou precisar para o jogo (de sábado). Deu para gerir”.

Estrutura das equipes

“Nós podemos alterar um pouco a estrutura, que é dinâmica. Os comportamentos são os mesmos. Nós mudamos a estrutura, aquilo que trabalhamos durante a semana, mas os comportamentos são os mesmos. As combinações têm um fio condutor mais ou menos idêntico. Podemos mudar o sistema. Um dos princípios no momento da perda de bola, que tem que pressionar. Tanto faz jogar em 3-4-3 ou 4-3-3. O jogo posicional que nós pretendemos é idêntico, ou seja, não estou pedindo muitas alterações na dinâmica, é que eles façam diferentes funções. Esse é o futuro. Jogando por dentro ou por fora, que o jogador perceba o que a equipe precisa, às vezes improvisar. Fazê-los crescer no sentido de entender o jogo, taticamente cultos, que nos permita variações no sistema. Aquilo que nós exigimos não é tão diferente de uma estrutura para outra”.

Estratégia

“O que pretendemos é desmontar o adversário. Isso exige trabalho e maturidade tática. Já estamos fazendo esse trabalho com um treino após os jogos. É uma coisa que se vai construindo. Depois, dos, fazê-los se sentir importantes. Esses garotos da base, precisamos que eles cresçam”.

Du Queiroz e Renato Augusto (poupados)

“O que eu tentei dizer é que, os dois jogadores com idades completamente diferentes, são jogadores é que a valia é (alta), mas… O Du, com a idade que tem, não posso correr o risco de perder. Se ele se lesiona… Começamos a olhar a minutagem de todos, eles não são máquinas. Seja Du, Renato Augusto, quando começamos a perceber que a minutagem está pesando, temos que tirá-los (do time), para recuperar a fadiga, muscular e central (sistema nervoso central). Cansa mais, até. Quando começo a ficar cansado, coisas acontecem, não é só muscular. Quando começa a falhar coisas simples, está quase a se lesionar. Se não tirarmos para poder descansar ou para recuperar os níveis… Seja Renato, Willian…Minha responsabilidade é prevenir a lesão, porque se ele se lesiona, é um problema muito grande. Com esse calendário, estou cansado de falar disso, tem que ser nossa realidade”.

Cássio

“Eu prefiro que o jogador seja honesto comigo, que está sentindo qualquer coisa, para eu e o Departamento Médico (decidirmos). Quando eles têm uma certa experiência, conhecem seus corpos. Os jovens é mais difícil, têm vontade de treinar, escondem lesão um pouco, e ficam de fora por um certo tempo”.

Treinos

“Quanto menos treino temos, mais objetivos temos que ser. Portanto, não podemos desperdiçar nenhum treino, tem que ser direcionado, estimular o que pretendemos. Se perdemos tempo com coisas que não são fundamentais, o tempo é curto. As coisas vão se introduzindo devagar e, quando eles se dão por si, já estão jogando em outro esquema. É mudar o xadrez, mas continuar a atacar e a defender da mesma forma, porque os princípios são comuns”.

Time estará forte nas competições até o final do ano?

“Eu não faço a mínima ideia, mas que eu acredito, que se houvesse um pouco mais de tempo… A forma como eu gostaria que minha equipe jogasse é uma forma intensa, dinâmica do ponto de vista ofensivo, com dinâmicas que ainda não tivemos tempo de incrementar, com uma transição defensiva fortíssima. Foi assim que me eduquei a vida toda. Tive sempre a oportunidade de jogar por títulos, desde a base do Porto. Lá foi um pouco um laboratório. Jogar sempre para ganhar títulos, jogar sempre com bola… Foi assim que fui educado. Gosto de equipes dominadoras. Acontece que nem sempre podemos ser assim. Estamos crescendo. Mesmo quando não somos dominadores, estamos controlando o jogo”.

Torcida e DNA vencedor

“Quem nos transmite confiança é a torcida, não o contrário. Nos sentimos na obrigação. Na preleção, eu disse a eles: o clube vendeu 35 mil ingressos, numa quarta à noite, como que nós, contra um time da Série D, não correspondermos em termos de entrega? Às vezes em termos de qualidade não conseguimos. É entrega, é paixão, é respeito… Nunca podemos falhar nisso em relação à torcida. Digo isso para repetir fora de casa também. Essa mentalidade tem que fazer parte do nosso DNA. Empate não nos chega. O hábito de vencer tem que estar no DNA, isso também vai se construindo, essa mentalidade mais agressiva”.

Jogadores da base

“Nós temos necessidade (de usar jogadores da base). Comecei meu trajeto na base do Porto. Eu fiquei com esse gosto de trabalhar com os jovens, que falham em alguns aspectos, é natural, mas vê-los crescer e fazê-los crescer é uma alegria muito grande. Temos jogadores experientes e fundamentais no nosso elenco. É fazer crescer essa juventude, torná-los mais maduros, melhorar a cultura tática, eles começarem a perceber o jogo, de acelerar, desacelerar. Esses jogadores da base que vêm ao treino é um gosto de ver. Eles aumentam a intensidade do treino, porque correm e têm qualidade”.

Experiência do treinador

“Já tenho uns anos no futebol, muitos, primeiro jogando e depois treinando. Comecei a treinar aos 29 anos, agora tenho 53. São muitos anos. Eu sei que o futebol muda de uma hora para outra, ou seja, o que eu tento passar para minha equipe é que o que estamos construindo tem que ser algo sólido. O que pretendemos é que a equipe se torne consistente. O que não pode mudar é nossa atitude, humildade, quero uma equipe serena, confiarmos uns nos outros, com atitudes de homens que podem falhar em determinados momentos. Não estou aqui para crucificar nenhum jogador. Tenho que ter uma maturidade totalmente diferente de alguns jogadores, tenho filhos da idade deles. Não vim aqui para desvalorizar ativos e sim para ajudar a melhorar. O futebol pode mudar de repente, mas nós queremos ganhar, mantermos vivos nas competições”.

Clássico contra o São Paulo

“Em Portugal, não me lembro de ter perdido um clássico, contra Sporting, Benfica, mas cheguei ao Brasil com vários clássicos, todos fora de casa, com pouco tempo de trabalho, sem perceber bem meus jogadores e adversários… Minha estatística foi para os ares. Cabe a nós procurar que nossa imagem seja diferente no próximo clássico. Quando eu perco esse tipo de jogo, mexe comigo, não tenho o hábito de perder esse tipo de jogo. É o que é, vamos nos preparar para esses dois jogos que são muito importantes para nós”.