Trump conversa com Xi Jinping sobre tarifaço: 'conclusão muito positiva para ambos os países'

Junho/2019 - O presidente dos EUA, Donald Trump, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, antes de iniciar sua reunião bilateral durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, em 29 de junho de 2019. - Foto: Kevin Lamarque/Reuters/Arquivo

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que conversou com o presidente da China, Xi Jinping, nesta quinta-feira (5) sobre as "complexidades" do acordo comercial recentemente firmado entre os dois países.

"A conversa durou aproximadamente uma hora e meia e resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países. Não deve haver mais dúvidas quanto à complexidade dos produtos de Terras Raras", afirmou Trump em publicação no Truth Social, sem dar mais detalhes sobre a conversa com o líder chinês.
O republicano ainda indicou que os representantes dos dois países devem se encontrar em breve em um local a ser definido para tratar sobre o tema.

"Seremos representados pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário do comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial dos Estados Unidos, embaixador Jamieson Greer", disse Trump.

A conversa entre os dois líderes acontece apenas um dia depois de Trump criticar Xi, afirmando que ele era "muito duro" e indicando ser "extremamente difícil" fazer um acordo com o presidente chinês.

O republicano, que está vivendo um cabo de guerra com Pequim desde que anunciou em abril um 'tarifaço' que atingiu vários países, mas principalmente a China, fechou um acordo temporário com o governo chinês no dia 12 de maio.

Representantes dos EUA e China concordaram em reduzir, por 90 dias, as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas de 145% para 30%, e as da China sobre os produtos americanos de 125% para 10%. O tratado foi feito após representantes das duas potências se encontrarem em Genebra, na Suíça.

Desde o acordo temporário, no entanto, os dois países tiveram dificuldades em encontrar um meio-termo para a negociação. Na última sexta-feira (30), por exemplo, Trump acusou a China de violar o acordo sobre tarifas.

Em resposta, o Ministério do Comércio chinês afirmou que as acusações eram "infundadas" e prometeu tomar medidas enérgicas para proteger seus interesses.

Nesta quinta-feira (5), Xi afirmou que a China cumpriu o acordo feito em Genebra de forma "séria e sincera", indicando que "diálogo e cooperação são a única escolha certa para a China e os EUA". A informação foi divulgada pela televisão estatal da China, a CCTV.

Xi também teria afirmado que os dois lados devem se esforçar para trazer um resultado benéfico para os dois países e que os "dois lados devem respeitar as preocupações um do outro e manter atitude igual".

Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.

A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.

Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.

Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.

A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".

Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.

A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.

No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.

O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.

Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.

Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.