DAMASCO (22 de junho de 2025) - Pelo menos 20 pessoas morreram e outras 52 ficaram feridas após um ataque suicida atingir uma igreja cristã no bairro de Dweilaa, na capital síria. O atentado, que abalou uma zona residencial de maioria cristã no leste de Damasco, ainda não foi reivindicado oficialmente, mas autoridades locais atribuem a autoria ao grupo extremista Estado Islâmico (Daesh).
De acordo com fontes do governo sírio, o atacante detonou os explosivos durante uma cerimônia religiosa, provocando um rastro de destruição em um dos raros momentos de aparente estabilidade que a capital vinha desfrutando nos últimos anos. O ministro do Interior declarou que o método e o alvo são "compatíveis com o modus operandi do Daesh", cujas células remanescentes ainda operam de forma clandestina em algumas regiões do país.
Este foi o atentado mais letal registrado em Damasco desde 2019, evidenciando o ressurgimento da ameaça jihadista em meio a um delicado processo de reconstrução e reorganização política no país.
Cenário político atual
Desde o fim oficial da guerra civil em 2021, a Síria tem vivido uma lenta e frágil transição. O presidente Bashar al-Assad, que se manteve no poder com apoio da Rússia e do Irã, passou a implementar reformas limitadas para conter pressões internas e externas. No entanto, o país segue profundamente dividido: enquanto o governo controla a maior parte do território, regiões ao norte e ao leste ainda são disputadas por grupos curdos, milícias locais e forças rebeldes, com presença intermitente de combatentes jihadistas.A relativa calmaria em cidades como Damasco vinha sendo apontada por observadores internacionais como um sinal de estabilização. No entanto, o atentado desta semana lança dúvidas sobre a segurança real na capital e levanta o alarme sobre uma possível rearticulação de grupos extremistas, que podem estar se aproveitando do vácuo institucional e das disputas entre milícias para retomar atividades terroristas.
Reações e impactos
A comunidade cristã síria, uma das mais antigas do mundo, tem sofrido severas perdas ao longo do conflito iniciado em 2011. O atentado desta semana reacende temores entre as minorias religiosas, que há anos enfrentam perseguições, deslocamentos forçados e destruição de locais de culto.A ONU e diversas organizações humanitárias condenaram o ataque e pediram proteção reforçada para civis e minorias no país. O papa Pio XIII também expressou solidariedade às vítimas em uma mensagem divulgada neste domingo, pedindo que "o mundo não vire o rosto diante da dor dos inocentes".
Com este novo episódio de violência, o governo sírio se vê diante do desafio de manter o controle da capital, enfrentar o reaparecimento do extremismo e, ao mesmo tempo, sustentar sua narrativa de que o país está em rota de normalização.
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Por Gazeta Rio/Ricardo Bernardes
Atentado em Damasco: explosão atinge igreja cristã, deixa ao menos 20 mortos e reacende temores sobre extremismo na Síria
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