Estados Unidos Anunciam Tarifas Globais a Partir de 1º de Agosto: Impacto Econômico e Tensões Comerciais em Alta

. - Foto: Foto: REUTERS/Nathan Howard

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O cenário econômico global se prepara para um novo capítulo de tensões comerciais, com os Estados Unidos anunciando, a partir de 1º de agosto de 2025, a implementação de tarifas recíprocas sobre importações de todo o mundo. A decisão foi confirmada por Howard Lutnick, secretário do Comércio dos EUA, que acompanhou o presidente Donald Trump em entrevista coletiva no domingo. Lutnick assegurou que o presidente norte-americano está no processo de definir as taxas e acordos para essa nova rodada de tarifas.

Trump reiterou que a maioria dos países deverá ter seus acordos comerciais definidos até o dia 9 de julho, seja por meio de cartas ou acordos diretos. O presidente dos Estados Unidos também afirmou que, caso não haja um acordo, as tarifas serão restabelecidas aos níveis anteriores, datados de 2 de abril, e aplicadas a mais de 100 países ao redor do mundo.

Tarifas de Alta e Pressão sobre Países do Comércio Global

O retorno das tarifas, que variam entre 60% a 70% e 10% a 20% dependendo do país ou bloco comercial, terá um impacto significativo sobre a economia global. Donald Trump, conhecido por sua postura protecionista, indicou que as cartas serão enviadas para até 100 países, com o intuito de formalizar as novas taxas. O objetivo declarado é aplicar "pressão máxima" para alcançar acordos comerciais favoráveis aos Estados Unidos, um movimento que promete elevar as tensões nos mercados internacionais.

A reintrodução das tarifas, após uma suspensão temporária, está sendo considerada uma estratégia agressiva para garantir que os Estados Unidos mantenham sua influência nas negociações comerciais globais. A ameaça de tarifas adicionais sobre países que se alinhem com políticas anti-americanas, em especial com o bloco BRICS, gerou uma onda de incertezas no mercado, refletindo diretamente nas bolsas de valores. A volatilidade do mercado é esperada para aumentar à medida que os investidores tentam antecipar os desdobramentos dessas medidas.

Ameaça Adicional de Tarifas para Países Alinhados ao BRICS

O clima de tensão foi acentuado quando Trump, em sua rede social, Truth Social, ameaçou com uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhasse às políticas do BRICS, bloco formado por economias emergentes, como China, Rússia e Índia. A postura de Trump contra o BRICS, descrito como uma força contrária aos interesses americanos, adiciona um novo nível de complexidade às negociações internacionais.

Esta medida reflete a tentativa dos Estados Unidos de isolar economicamente países que busquem alternativas ao domínio do dólar no comércio global, um dos pilares das relações econômicas internacionais. A ameaça de tarifas adicionais gerou reações no mercado financeiro, com investidores temendo que o embate entre os Estados Unidos e o BRICS possa levar a uma desaceleração no comércio global e intensificar as disputas comerciais.

BRICS Rejeitam Protecionismo e Defendem Comércio Multilateral

Enquanto as tarifas dos EUA começam a tomar forma, os países do BRICS, reunidos no Rio de Janeiro para a 17ª Cimeira do bloco, reagiram às políticas protecionistas de Trump. Embora não tenham mencionado diretamente os Estados Unidos, a declaração final do encontro deixou claro o compromisso do BRICS com a defesa do multilateralismo e o combate ao protecionismo comercial. A liderança do grupo reafirmou sua oposição ao aumento de tarifas e outras barreiras comerciais.

Por Gazeta Rio/Ricardo Bernardes