A Polícia Civil iniciou na manhã desta terça-feira (10/6) uma grande operação no Complexo de Israel, na capital, para cumprir pelo menos 70 mandados de prisão contra traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP). A Avenida Brasil e a Linha Vermelha ficaram por quase duas horas fechadas. Passageiros e rodoviários ficaram reféns, mais uma vez, da violência. Cinquenta linhas de ônibus municipais e intermunicipais pararam de circular.
As principais vias da capital ficaram por quase duas horas interditadas
Até a última atualização desta reportagem, 14 pessoas haviam sido presas. Houve intenso tiroteio, e ao menos quatro pessoas foram baleadas, entre elas um rodoviário. Duas delas são:
Manoel Américo da Silva, de 60 anos, viajava num coletivo da linha Central-Cabuçu quando, na Avenida Brasil, uma bala atravessou a janela e lhe acertou o ombro. Ele foi operado, e o quadro dele era estável.
Marcelo Silva Marques, 54 anos, motorista da Evanil, foi baleado enquanto conduzia um coletivo na Linha Vermelha. Ele foi baleado no braço. Seu quadro era estável.
Preocupada com a situação no Rio, a diretoria do Sintronac emitiu a seguinte nota:
“A diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) entrará em contato com os sindicatos da categoria, representantes dos trabalhadores na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para a adoção de medidas conjuntas para proteger os profissionais, que atuam nas linhas de ônibus em todos os municípios da área. É inadmissível que os rodoviários continuem a ser vítimas de tiroteios no exercício de sua função, como ocorreu na manhã desta terça-feira (10/6) com um motorista de uma empresa da Baixada Fluminense na Linha Vermelha.
Quantas vidas de inocentes valem uma operação policial? Qual o limite no número de mortos e feridos para que as autoridades públicas cheguem à conclusão de que esse modelo de Segurança Pública, implementado há décadas no Rio de Janeiro, está falido e não atende mais às necessidades dos cidadãos, que se tornaram suas maiores vítimas?
Nós, do Sintronac, acreditamos que não há mais como suportar o cenário caótico das principais vias de nossas cidades, por onde passam centenas de linhas de ônibus municipais e intermunicipais, interrompidas pela violência, com os passageiros atirados no chão dos ônibus rezando por suas vidas, conforme a imprensa veicula praticamente todos os dias.
Acreditamos não ser possível que, com o investimento bilionário nas polícias, pago por nossos impostos, o Estado não tenha como dar uma resposta melhor ao crime organizado, a não ser através de ações inúteis, que, no final, não acabam com as quadrilhas, os assaltos, o tráfico de drogas e o contrabando de armas, mas terminam, invariavelmente, com vidas perdidas, ônibus e veículos incendiados, e a população refém do medo. Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sintronac.”
Sintronac: Rodoviários podem se unir para adoção de medidas contra a violência
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