Durante visita ao Senado nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o sistema de pagamentos instantâneos Pix é uma criação de seu governo e sugeriu que o modelo teria causado prejuízos ao setor bancário, o que, segundo ele, pode ter motivado a reação comercial dos Estados Unidos contra o Brasil. Bolsonaro também se colocou à disposição para negociar diretamente com o presidente americano Donald Trump, numa tentativa de barrar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada para agosto.
“O Pix tem nome: Jair Bolsonaro. Os bancos perderam mais de R$ 20 bilhões com Pix, TED e DOC. E eu não taxei o Pix”, disse. A declaração contraria dados oficiais. O projeto do Pix começou a ser desenvolvido no governo Michel Temer (MDB), em 2018, sob responsabilidade do Banco Central, instituição com autonomia técnica. A implementação ocorreu em novembro de 2020, durante o mandato de Bolsonaro, mas o modelo já estava em fase avançada antes da sua posse.
A proposta de Bolsonaro de atuar como mediador ocorre em meio à investigação aberta pelos EUA com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, alegando desequilíbrios e práticas desleais por parte do Brasil. O ex-presidente minimizou sua responsabilidade e sugeriu que a atitude americana se insere num contexto mais amplo de disputas internacionais.
“Se me derem um passaporte, eu negocio”, afirmou Bolsonaro, fazendo referência à restrição judicial imposta pela Polícia Federal, que apreendeu seu passaporte em fevereiro, no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente também exaltou a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos. Segundo ele, o deputado federal, licenciado desde março, tem mantido relações com aliados de Trump e pode ser peça-chave nas articulações diplomáticas. “Ele é mais útil lá do que aqui”, disse. Eduardo corre risco de cassação por ausência prolongada e já sinalizou a intenção de renunciar ao mandato.
Ao ser questionado sobre o papel do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na interlocução com os norte-americanos, Bolsonaro descartou a eficácia de uma articulação estadual. “Louvo Tarcísio, mas não haverá negociação com um estado apenas. É com o Brasil. Está na cara que Trump não vai ceder”, afirmou.
As declarações ocorrem num momento de elevada tensão entre os dois países. A taxação americana impacta diretamente exportações brasileiras e levanta dúvidas sobre os rumos da política externa do Brasil diante de governos conservadores.
Fontes: Metrópoles, Entrevistas concedidas por Jair Bolsonaro.
Bolsonaro reivindica criação do Pix e se oferece para negociar com Trump em meio a crise comercial
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