Bolsonaro é transferido para São Paulo

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O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro foi submetido a uma série de exames no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde chegou no meio da manhã, procedente de Juiz de Fora (MG). Segundo boletim médico, ele encontra-se consciente e “em boas condições clínicas”.

A equipe médica do hospital em São Paulo informou que está dando continuidade ao tratamento iniciado na cidade mineira, onde Bolsonaro foi atingido por uma facada durante ato de campanha, na quinta-feira. Após passar por avaliações e ser submetido a uma cirurgia para estancar hemorragia interna, o candidato foi levado para a capital paulista.

“O paciente está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde realizou exames laboratoriais e de imagens e foi avaliado por equipe multiprofissional”, diz o boletim. O cirurgião Antônio Luiz Macedo e o clínico e cardiologista Leandro Santini Echenique fazem parte da equipe médica responsável pelo paciente.

Cirurgia – Em Minas, Bolsonaro teve o intestino delgado costurado e parte do intestino grosso retirada. Ele também foi submetido a uma colostomia e, em até dois meses, terá de ser operado novamente. O ferimento a faca fez com que ele perdesse 2,5 litros de sangue, o equivalente a 40% do volume sanguíneo de um ser humano médio.

As informações foram dadas ontem pela diretora técnica da Santa Casa de Juiz de Fora, médica Eunice Dantas. “O mais grave foi o comprometimento da veia, pelo sangramento de vulto. Ele perdeu em torno de 40% do volume de sangue do corpo. Um adulto do porte dele tem em torno de 5,5 litros de sangue circulando. Ele perdeu em torno de 2,5 litros. É muito grave. Ele poderia ter morrido. Ele chegou com pressão 8 por 4, chegou chocado [em estado de choque]”, relatou a médica.

Segundo ela, por questões de centímetros a faca não feriu regiões mais sensíveis de Bolsonaro, o que poderia ter o levado a óbito. 

“Havia veias mais calibrosas, artérias próximas, órgãos mais nobres. Qualquer mudança ali podia ser fatal para ele”, explicou a médica, que acompanhou Bolsonaro desde o momento em que ele deu entrada no hospital.

Eunice explicou que Bolsonaro terá que utilizar, por até três meses, uma bolsa ligada ao intestino, com objetivo de recolher o material fecal, até que o órgão esteja completamente cicatrizado e livre de qualquer possibilidade de infecção.

Ela aconselhou que o candidato Jair Bolsonaro se abstenha de ir para as ruas fazer campanha pelas próximas semanas, na reta final do primeiro turno das eleições, a fim de facilitar sua recuperação.

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