Manifestação termina com feridos

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Grupos protestaram em frente ao Fórum Criminal de Barra Funda

Daniel Mello/ Agência Brasil

Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas no confronto entre militantes contrários e pró ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os grupos protestaram em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste paulistana, onde Lula deveria depor nesta quarta-feira (17) Dois manifestantes solidários ao ex-presidente foram atingidos por pedras lançadas pelo outro grupo, e um terceiro teria levado pancadas da Polícia Militar. O líder o movimento Revoltados Online, Marcelo Reis, foi agredido por militantes favoráveis ao ex-presidente.

Reis ficou com o olho roxo devido aos socos recebidos enquanto defendia um boneco inflável que retrata Lula em roupas de presidiário, conhecido como Pixuleco. A tentativa de inflar o boneco foi encarada como uma provocação pelos militantes favoráveis ao petista. Um pequeno grupo conseguiu driblar as barreiras feitas pela Polícia Militar e rasgar o inflável. Após a confusão, que foi apartada pela polícia, os dois grupos começaram a se dispersar.

Os protestos em frente ao fórum começaram no fim da manhã, horário em que o ex-presidente deveria prestar declarações. Em número muito maior, militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais usaram um carro de som para proferir discursos críticos às investigações contra o ex-presidente e à atuação dos meios de comunicação. O clima era tenso, com provocações de ambos os lados.

Apesar do tumulto, o coordenador estadual da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, fez uma avaliação positiva do ato. A manifestação serviu ainda, segundo Bonfim, para mostrar que existe uma forte articulação de defesa do ex-presidente.

“Aqui é uma demonstração de que toda vez que intimarem ou convocarem o presidente Lula, nessa tentativa de criminalização, haverá reação popular”.

Lula e sua mulher Marisa Letícia prestariam declarações sobre o apartamento triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá. A suspeita do Ministério Público Federal é de que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do triplex, que seria do ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.

O depoimento foi suspenso por uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público em atendimento a uma representação do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O parlamentar acusa o promotor Cássio Cesarino de ter feito um prejulgamento de sua decisão ao dar entrevista a uma revista de circulação nacional antes mesmo de ouvir os depoimentos.

Após o anúncio da suspensão do depoimento, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marco Elias Rosa, divulgou uma nota de apoio aos promotores que investigam Lula. 
Os promotores responsáveis pela investigação criticaram a suspensão do depoimento. Para eles, a medida prejudica o inquérito que apura se o ex-presidente tentou ocultar que seria proprietário do imóvel, praticando o crime de lavagem de dinheiro. 

O Instituto Lula reafirmou, em nota, que o ex-presidente nunca foi proprietário do apartamento triplex alvo de investigação. “Lula e Marisa adquiriram apenas, em 2005, uma cota-parte referente ao antigo condomínio Mar Cantábrico, então sob responsabilidade da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo). Essa aquisição foi devidamente declarada ao Fisco e tanto a Justiça como a imprensa dispõem de documentos que comprovam estes fatos”. 

(EBC) 

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