Materias descartados e resíduos são a matéria-prima do artista plástico Alexandre Pinhel na exposição Histórias Extraordinárias.
Em entrevista à Agência Brasil, ele afirma que começou a transformar coisas sem utilidade em arte há cerca de 20 anos. “Coisas quebradas que as pessoas não querem mais, alguma coisa da família que foi jogada fora” se transformam, na mão do artista, em peças únicas com “uma pegada” de sustentabilidade.
O grande desafio aos visitantes é identificar o que é aquela obra, de qual matéria-prima ela é feita. Segundo ele, o material recolhido é completamente desconfigurado antes de ser trabalhado. “Eu consigo com isso um resultado estético que, normalmente, o material reciclado não consegue”.
Surpresa
A proposta da mostra é conseguir agradar o espectador, pelo caráter decorativo de muitas peças e provocar surpresa quando os visitantes desobrem qual material serviu de base àquela obra. “A graça que eu vejo é descaracterizar [o material descartado] e causar uma surpresa. As pessoas ficam mais interessadas”, disse Pinhel.
Uma das peças mais intrigantes na mostra é Oceano em Fúria. Confeccionada com sacos plásticos derretidos, a obra retrata o busto de um homem que, ao mesmo tempo, é uma onda. “E esse busto tem uma fisionomia de assustar”. Oceano é um personagem da mitologia grega, rei dos mares. “E ele está em fúria porque o oceano está cheio de plástico; e ele pretende revidar”, afirmou Alexandre Pinhel.