A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou que pôs nesta terça-feira (18) em consulta pública uma resolução que prevê a possibilidade de empresas que firmaram contratos de concessão desde a 7ª Rodada de Licitações, em 2005, optem pelas regras de contratação de conteúdo local, aprovadas para a próxima rodada, marcada para setembro. A mudança se daria por meio de um aditivo de contrato solicitado à agência.
Segundo a ANP, cerca de 230 pedidos de isenção de conteúdo local (waivers) foram feitos nos contratos que seguem as regras anteriores, e as empresas que não tiveram esses pedidos julgados poderão optar pela política atual, que prevê percentuais menores para a contratação de fornecedores nacionais.
A consulta pública vai se estender por 30 dias, e a resolução ainda será objeto de audiência pública em 1 de setembro. A previsão da ANP é que a publicação possa ocorrer até no máximo em meados de setembro. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, acredita que a mudança permitirá o destravamento do setor.
"Os fornecedores vão ter contratações com o destravamento dos projetos. É isso que a gente espera, destravar o mercado e criar condições para que a indústria volte a investir e gerar emprego", disse Oddone.
Segundo ele, a sociedade também é prejudicada quando as empresas são obrigadas a efetuar contratações mais caras. "Os elevados custos de contratação não são problema só das empresas, são compartilhados com a sociedade".
O diretor-geral da ANP disse que a medida ajuda na retomada do investimento no curto prazo. Outras iniciativas, como o fim da obrigatoriedade da Petrobras como operadora única do pré-sal, mudanças na política de conteúdo local e o calendário com os leilões dos próximos cinco anos ajudarão nesse resultado no médio e longo prazo, disse.
A 14ª Rodada de Licitações de blocos de petróleo e gás natural será primeira a ter a nova política de conteúdo local. Para exploração em terra, o índice de conteúdo local será 50%. Nos blocos em mar, o conteúdo mínimo será de 18% na fase de exploração, 25% para a construção de poços e 40% para sistemas de coleta e escoamento. Nas plataformas marítimas, o percentual será 25%. Anteriormente, os percentuais de conteúdo local eram definidos separadamente em cada rodada nos editais que eram publicados para chamar os leilões.
A rodada ocorrerá em 27 de setembro e vai leiloar 287 blocos em nove bacias sedimentares. O edital definitivo do contrato será publicado em 20 de julho, e a ANP também anunciou mudanças para essas concessões.
Segundo a agência, o contrato vai prever a possibilidade de as empresas que vencerem a licitação usarem os blocos como garantias junto a instituições financeiras, aumentando sua capacidade de financiamento.
Décio Oddone destacou que a agência fez um esforço nos últimos meses para atrair empresas estrangeiras em boas condições financeiras para os próximos leilões. No fim do ano, a ANP deve anunciar os leilões previstos para 2020 e 2021, aumentando de três para cinco anos a abrangência do calendário de leilões do Brasil.
Para 2017, está ainda prevista a realização da 2ª e da 3ª Rodadas de Partilha para os campos do pré-sal, em 27 de outubro. A minuta desses contratos também está em consulta pública, e o prazo para opinar termina em 21 de julho. Após esse período, será realizada uma audiência pública em 25 de julho.
ANP consulta se concessões podem optar por novas regras de conteúdo
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