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Esta não foi a primeira vez que Cardozo manifestou a intenção de deixar o governo alegando “fadiga de material”
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A presidente Dilma Rousseff decidiu aceitar o pedido de demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele será substituído pelo ex-procurador-geral da Justiça da Bahia Wellington César Lima e Silva. Cardozo não deixará o governo, já que assumirá a Advocacia-Geral da União (AGU). As mudanças foram confirmadas em nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Há algumas semanas, o atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, vinha manifestando a intenção de deixar o governo para dar andamento a projetos pessoais. O governo anunciou também que Luiz Navarro de Brito será o novo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União. Navarro já foi secretário-executivo da CGU.
Após a saída de Valdir Simão do órgão para chefiar o Ministério do Planejamento, quem ocupava interinamente o cargo era Carlos Higino, que antes estava na secretaria extecutiva da pasta.
Troca-troca – Esta não é a primeira vez que o ministro da Justiça manifesta a intenção de deixar o governo, alegando “fadiga de material”. A decisão final sobre a sua saída foi tomada na manhã desta segunda-feira (29), em reunião de Dilma e Cardozo com os ministros da Casa Civil. Com a intenção de manter Cardozo no governo, a presidente convidou-o para a AGU.
Segundo um interlocutor do Palácio do Planalto, a solução foi uma boa saída, já que era necessário manter alguém já familiarizado às principais dificuldades que o governo enfrenta no momento em relação às defesas de Dilma no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao processo de impeachment, e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta do processo que pede a cassação do mandato dela e do vice-presidente Michel Temer.
As conversas sobre a ida de Wellington César e Silva para o governo começaram na semana passada, quando ele esteve no Palácio do Planalto e se reuniu com o ministro Jaques Wagner, que foi governador da Bahia e conhece Welington. No início da tarde, Wellington embarcou de Salvador com destino a Brasília para conversar com Dilma.
Oposição – Para aliados do governo, a mudança foi “normal”. Já os oposicionistas manifestaram temor de algum tipo de interferência no trabalho da Polícia Federal (PF). Para o líder do PT, Afonso Florence (BA), a atuação de Cardozo foi positiva e ele conduziu a pasta com parcimônia. A oposição, porém, enxerga na mudança uma possível ação do governo para interferir na autonomia da PF. Segundo líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) a saída de Cardozo se deveu a pressões do governo para que o ministro tivesse mais controle sobre as investigações desencadeadas pela PF.
(EBC)
Cardozo deixa Ministério da Justiça
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