Dilma dá aula sobre Aedes aegypti

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Presidente pediu que alunos falem com amigos e parentes, e lembrou que parte dos criadouros está em residências

Roberto Stuckert Filho/ABr

A presidenta Dilma Rousseff deu aula, nesta sexta-feira (19), sobre o mosquito Aedes aegypti para alunos do Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro, na Bahia, por ocasião da Campanha Zika Zero nas escolas. Ela pediu que os estudantes ajudem no combate ao mosquito, que é o transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika.

“Peço a vocês que falem com seus amigos, seus parentes, vizinhos, para que a gente possa combater esse mosquito. Vocês têm um papel muito importante na família de vocês, na comunidade. O mosquito não pode ser mais forte que um país inteiro”, afirmou a presidenta, que explicou o surgimento do vírus Zika e alguns dos sintomas da doença.

Dilma voltou a pedir que as famílias dediquem-se, uma vez por semana, durante 15 minutos, a buscar focos do inseto em suas casas. Ela explicou aos estudantes que dois terços dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro das residências.

Segundo a presidente, o governo está buscando outras maneiras de combate ao mosquito. Ela visitou a Biofábrica Moscamed Brasil - Projeto Aedes Transgênico, em Juazeiro. 

“A outra forma é produzir um mosquito que vai matar o mosquito da dengue. A Moscamed produz um mosquito estéril. Ele cruza com a mosquita e não produz filhos. Ou o mosquito que carrega uma doença que vai contaminar o mosquito Aedes”, disse Dilma. 

Investimentos – O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, disse, nesta sexta, que o governo vai investir até R$ 2 bilhões em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Segundo ele, o corte de gastos do governo não vai afetar a mobilização no país contra o mosquito.

“O governo vai terminar o ano gastando aproximadamente R$ 2 bilhões com prevenção. A presidente Dilma Rousseff tem dito que não tem limitação de recursos nesse embate. Nós precisamos derrotar o Aedes aegypti, que é a única forma de protegermos as crianças brasileiras da microcefalia”, afirmou Silva. 

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão, reforçou: “Não faltarão recursos para o enfrentamento do Zika, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Mais Médicos, bem como para o Bolsa Família e vários programas sociais”, disse o ministro.

Simão anunciou que o limite para gastos discricionários (não obrigatórios) com a saúde este ano será R$ 87,6 bilhões. No caso da educação, que, segundo Simão, também não será prejudicada, o limite foi fixado em R$ 31,425 bilhões. De acordo com o ministro, o valor deve ser suficiente para garantir o andamento dos programas prioritários e o funcionamento das universidades e institutos federais.

Ministro defende entrada forçada em imóveis fechados

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, defendeu, nesta sexta-feira, a entrada forçada em imóveis fechados como estratégia de combate ao mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. 

Segundo o ministro, a batalha conta o mosquito depende da adesão consciente das pessoas, das comunidades e dos proprietários de imóveis ou lotes. 

“Num momento como esse, é preciso que fique claro que o direito legítimo de propriedade deve estar subordinado às exigências superiores do direito à vida, da dignidade humana e do interesse coletivo. No esforço de combater o mosquito, eu penso que o Estado, em sintonia com a sociedade, deve ter acesso a lotes vagos e espaços fechados que não estejam recebendo os devidos cuidados”, defendeu.

A entrada forçada em imóveis abandonados ou com ausência dos moradores é permitida pela Medida Provisória 712, assinada por Dilma Rousseff no fim de janeiro. 

Segundo o texto, a integridade do imóvel deve ser preservada. Há também uma diferenciação entre imóvel abandonado e imóvel com morador ausente. Neste último, a entrada forçada só pode ocorrer em uma segunda tentativa, que deverá ocorrer dentro de um intervalo de dez dias e em período diverso da primeira visita.

Aborto – A pouco mais de um mês para a abertura da 60ª Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CSW, na sigla em inglês), nas Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reforçou que o governo não está discutindo a extensão do direito ao aborto em casos de fetos com microcefalia. Este mês, a ONU fez um pedido para que os países com surto de Zika incluíssem a possibilidade do aborto legal nesses casos, garantindo acesso à saúde. 

A expectativa é que a reunião da comissão, em março, volte a cobrar uma mudança de posição dos países em relação ao tema, uma vez que o vírus Zika é apontado como uma das causas de microcefalia em recém-nascidos, malformação congênita cerebral. 

A principal justificativa é que a microcefalia tem atingido famílias de áreas pobres, em países que mulheres não podem recorrer a interrupção da gravidez de forma segura e ao aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva. 

(EBC)