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Na rede pública do Estado do Rio, vacinação contra gripe começa dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio para grupos considerados de risco, como idosos
Foto: Agência Brasil/Arquivo
Duas pessoas morreram de gripe A (H1N1) no Estado do Rio de Janeiro em 2016. A informação é da Secretaria Estadual de Saúde, que confirmou cinco casos da doença, neste ano. Em Niterói, a busca pela imunização, na rede privada, esgotou o estoque de vacinas em algumas clínicas nos últimos dias. Devido ao aumento da procura, os laboratórios só possuem previsão de receber uma nova leva das vacinas trivalente e tetravalente na próxima semana.
Segundo representantes das clínicas particulares, nas últimas duas semanas, o estoque de vacinas não durou mais de três dias. Em uma unidade pediátrica no bairro de Icaraí, na Zona Sul da cidade, 300 doses foram aplicadas entre os dias 31 de março e 2 de abril. Deste total, 200 doses eram da versão tetravalente, que protege o organismo contra quatro tipos de vírus e está sendo comercializada com preços entre R$ 100 e R$ 150. A outra parte do montante pertencia a versão trivalente, que imuniza contra três tipos de vírus e o valor gira em torno de R$ 90 a R$ 110.
“Pessoas de todas as faixas etárias estão recorrendo à vacina, sobretudo, aquelas que estão com viagem marcada para outros estados. A demanda pelo medicamento contra o vírus H1N1 costuma ser grande neste período, porém, a procura ultrapassou nossas expectativas. No ano passado, aplicamos, em média, 300 doses em uma semana. Neste ano, distribuímos esse mesmo quantitativo em três dias”, informou Glória Santos, enfermeira de uma clínica particular.
Em outro estabelecimento, 50 doses da vacina tetravalente esgotaram em cinco horas, na tarde desta quarta-feira (06). A previsão dos representantes é que, até o fim da semana, apenas vacinas trivalentes sejam entregues.
A diretora da unidade, Priscila Monerat, explica que a falta do medicamento na rede particular deve-se ao aumento da demanda recebida pelos fornecedores, que atendem a todo o Brasil. Ela explica que o problema é o reflexo do surto da doença no Estado de São Paulo. “Os laboratórios alegam que estão sobrecarregados porque as clínicas paulistas dobraram o número de encomendas. Por isso, a produção de vacinas não atende ao número de pedidos dos quatro estados da região Sudeste. Até fevereiro, os distribuidores entregavam ambos os tipos da vacina semanalmente, em Niterói. Agora, recebemos 100 doses da trivalente em um determinado dia e mais 100 da tetravalente após três dias. Por conta da entrega gradativa, muitas pessoas chegam a tentar realizar o pagamento antecipado da vacina para garantir uma dose”, conta.
Números - Até o momento, foram registrados 444 casos de síndrome aguda respiratória grave por influenza A (H1N1) em todo o Brasil, sendo 71 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde. O maior número de casos foi registrado em São Paulo, com 55 óbitos. No ano passado inteiro, foram 36 mortes por H1N1 no País.
Sintomas - Os principais indícios da gripe A (H1N1) são febre, infecção aguda das vias aéreas, calafrios, dor de cabeça e tosse seca. Além disso, moleza, dor de garganta, diarreia, vômito, fadiga e rouquidão são outros sintomas.
Prevenção - É aconselhável lavar as mãos com frequência, utilizando álcool em gel ou sabão, sobretudo, após tossir ou espirrar. Evitar a permanência em ambientes fechados, sem ventilação e com aglomeração de pessoas é outra recomendação. Os médicos também orientam que a população evite compartilhar objetos de uso pessoal como copos, toalhas e talheres. Além de manter ambientes arejados.
Quem tem prioridade para se vacinar gratuitamente?
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos;
- Gestantes;
-Trabalhador de saúde;
-Povos indígenas;
-Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
-População privada de liberdade;
-Funcionários do sistema prisional;
-Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
-Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias).
Saiba a resposta para as principais dúvidas sobre a vacina
Quais são os tipos de vacina de gripe?
A vacina contra a gripe protege contra a influenza A, incluindo a prevenção contra a cepa H1N1, e a influenza B. Mas, dentro dessa característica em comum, pode haver variações.
Como a vacina é elaborada?
Anualmente, a OMS convoca duas consultas técnicas, em fevereiro e setembro, para recomendação das amostras vacinais candidatas que irão compor as vacinas contra influenza sazonal dos hemisférios norte e sul. Uma amostra vacinal candidata é um vírus influenza que o Centro de Controle de Doenças CDC (ou um dos colaboradores da OMS) seleciona e prepara para uso na produção de vacinas. Amostras vacinais candidatas são tipicamente escolhidas com base na similaridade com os vírus influenza que estão se disseminando e causando infecções em humanos, assim como na sua habilidade de multiplicação em ovos de galinha, onde os vírus vacinais são cultivados.
Por que a vacina muda todo ano?
Devido a essa mutação dos vírus, é necessário se vacinar anualmente contra influenza. Grupos prioritários podem receber gratuitamente a vacinação nos postos de saúde.
Quais vacinas existem contra a gripe?
Há duas vacinas disponíveis a trivalente e a tetravalente (ou quadrivalente). São os seguintes os vírus nelas contidos:
Trivalente: A (H1N1); A (H3N2); Influenza B do subtipo Brisbane
Tetra ou Quadrivalente: A (H1N1); A (H3N2); 2 vírus Influenza B, que são os subtipos Brisbane e Phuket. A proteção contra o H1N1 está contida nas duas. Estão indicadas para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de 6 meses de idade. Dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetra só pode ser dado para crianças maiores de 3 anos de idade. A Trivalente pode ser dada para todos acima de 6 meses. Crianças de 6 meses a 1 ano tem que tomar duas doses com intervalo de 1 mês.
Qual é a vacina oferecida pelo SUS?
A vacina oferecida pelo SUS nos postos de saúde e centros de vacinação é a trivalente.
E a vacina da clínica particular?
Clínicas particulares costumam oferecer, além da vacina trivalente, a vacina tetravalente. Essa vacina também pode ser chamada de quadrivalente e já é oferecida pelo sistema público de saúde dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.
Qual deve ser o preço da vacina? Como denunciar preços abusivos?
Segundo o Procon, caso seja constatado reajuste abusivo, as empresas poderão ser autuadas. O órgão não informou quantos hospitais foram notificados e se são da capital ou de outras cidades do Estado. O Procon investiga a informação de que houve hospitais e laboratórios privados que reajustaram o preço da vacina de R$ 120 para até R$ 215. No ano passado, segundo o órgão, o preço médio do imunizante era R$ 45.
Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Uma média de 2 a 3 semanas.
Quais são as contraindicações para a vacina?
De acordo com o Portal da Saúde, pessoas com alergia comprovada e importante ao ovo não devem receber a vacina. Quem está com imunodepressão, natural ou medicamentosa, deve receber orientações específicas do próprio médico.
Escassez de vacina contra gripe
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