Incerteza ronda os corredores do nível superior estadual

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Segundo a direção da Uerj em São Gonçalo, a unidade está sem receber repasses referentes à manutenção desde 2016

Foto: Marcelo Feitosa

Com salários atrasados de seus servidores e docentes, e prestes a entrar em recesso, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) não irá reiniciar as aulas em seus campi no próximo semestre. 

Através de carta enviada ao secretário estadual de Ciência e Tecnologia Pedro Fernandes, o reitor da instituição, em conjunto com reitores da Universidade do Norte Fluminense (Uenf) e Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), alerta que, nas atuais condições, a universidade não tem condições de retomar suas atividades. O Governo do Estado depositou, na tarde desta quinta-feira (6), mais uma parcela do pagamento referente ainda a abril: R$ 500. Em São Gonçalo, a falta de repasses já começa a afetar a estrutura da unidade no Patronato, que teve seu auditório interditado essa semana. Em assembleia realizada nesta quinta, no campus Maracanã, docentes da Uerj deliberaram pela não retomada das atividades acadêmicas em agosto.

Na semana que vem, a Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Uerj, em São Gonçalo, entra em recesso. O retorno, previsto para acontecer em agosto, para o início do semestre 2017.1, já não irá ocorrer por conta da greve. Diretora da FFP, Ana Maria Santiago explicou que os salários de docentes e servidores referentes a abril ainda estão sendo pagos. Maio e junho estão atrasados. Ela ainda pontuou que, há dois anos, a universidade gonçalense opera sem apoio de firma de manutenção, e, desde janeiro, sem o setor técnico-administrativo, que, também sem pagamentos, estão de greve. 

Diretora da FFP, Ana Maria Santiago, afirma que persistindo a situação salarial e de custeio, é difícil o retorno

Foto: Marcelo Feitosa

“Em abril, retomamos as aulas para continuação de 2016.2, sem salários de abril, e continuamos sem receber salário desde então. Persistindo a situação salarial e de custeio, é difícil o retorno. Estamos cientes de sermos usados como massa de manobra para negociação de ajuste fiscal”, detalhou. 

De forma geral, a FFP conseguiu até o momento manter sua estrutura em condições de funcionamento, graças ao empenho de docentes, servidores e até mesmo alunos. Essa semana, contudo, o maior auditório da unidade precisou ser interditado por conta de rachaduras e infiltrações em sua estrutura. Segundo Ana, a faculdade gonçalense está, desde 2016, sem receber repasses que garantam as manutenções necessárias para sua operação.

Na carta encaminhada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, os reitores das três universidades estaduais destacam que a paralisação ou descontinuidade das atividades educacionais ocasionará um grave prejuízo direto a mais de 150 mil alunos da rede pública de ensino superior e às atividades econômicas e sociais ligadas às instituições. Com o pagamento de mais uma parcela dos salários acontecendo nesta quinta-feira, o valor total pago aos profissionais chegou a R$ 2.200.