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Marielle Franco tinha reconhecida atuação em defesa dos direitos humanos e por denunciar abusos cometidos pela polícia
Reprodução de internet
A organização Anistia Internacional cobrou nesta sexta-feira (13), prioridade do Estado brasileiro na solução do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A execução deles completa um mês neste sábado (14), quando devem ocorrer diversos protestos na cidade do Rio de Janeiro, a partir das 6h. Outras cidades dentro e fora do país devem ter manifestações.
Em comunicado emitido pela organização e em entrevista coletiva à imprensa internacional, em Lisboa, a entidade exigiu que as autoridades acelerem a investigação com recursos humanos e financeiros disponíveis, de maneira completa, imparcial e independente, sob risco de o país assistir novas execuções de ativistas.
“A gente quer saber: quem matou e quem mandou matar. Não aceitamos que se pegue só o braço armado dessa operação. Queremos saber quais interesses, quais as razões e por quê. Queremos que todos sejam processados na forma da lei, queremos que isso cesse”, disse a diretora da Anistia no Brasil, Jurema Werneck, em Lisboa. Ela afirmou que o país é o que mais mata defensores de direitos humanos e a impunidade aumenta os riscos. Em 2017, foram 58 mortos.
O crime contra a vereadora, além de afrontar a intervenção federal, que estava prestes a completar um mês no dia do assassinato, passa um recado claro, avalia Jurema Werneck: “Quiseram nos dizer que a vida de quem luta por direitos não vale nada. [Os assassinos] estão dizendo para o Brasil e ao mundo que eles dão a última palavra”, com intenção de gerar medo e insegurança, completou. Por isso, cada dia sem respostas, segundo Jurema, aumenta os riscos e ameaças aos ativistas, explicou.
Clima planejado - Uma das vereadoras mais bem votadas na cidade do Rio, em 2016, Marielle Franco tinha reconhecida atuação em defesa dos direitos das mulheres negras, em particular, da população LGBTI, e por denunciar abusos da polícia, assim como execuções praticadas por grupos paramilitares.
No dia 14 de março, ao sair de uma atividade em que discutia a situação das jovens negras no país, a vereadora foi seguida e executada. Pelo menos 13 tiros foram disparados na direção em que estava, matando Marielle e também seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, na região central.
Segundo a Anistia, essas as características demonstram que a execução da vereadora do PSOL foi “cuidadosamente planejada, realizada por pessoas com treinamento”.
Medalha da Alerj - Como última homenagem à parlamentar, na quinta-feira, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou a Medalha Tiradentes – a maior honraria da casa – para Marielle.
Fragmentos de digitais - A Polícia Civil e a Polícia Federal estão envolvidas na investigação. Já interrogaram parlamentares próximos à vereadora e identificaram fragmentos de digitais em projéteis no local do crime.
O secretário de Segurança, Richard Nunes, evitar dar detalhes sobre a investigação para não atrapalhar o caso.
Marielle: Anistia quer prioridade na investigação do assassinato
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