Novo medicamento contra câncer de pulmão

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O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos dos EUA, similar a Anvisa no Brasil, aprovou recentemente o uso do atezolizumabe, comercialmente. Trata-se de uma molécula baseada na Imunoterapia, desenvolvida para tratar pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas (NSCLC) localmente avançado ou metastático, que é quando o tumor já comprometeu outros órgãos. O câncer de pulmão de células não-pequenas, responsável por cerca de 90% dos casos, é um tumor maligno que pode atingir desde a traqueia até a periferia do pulmão. Por isso, esse câncer pode ser mais difícil de diagnosticar e tratar. 

Considerado a principal causa de morte por câncer em todo o mundo, o câncer de pulmão continua sendo uma necessidade médica não atendida. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 28.220 novos casos de câncer de pulmão devem ser notificados no Brasil somente no ano de 2016.

A aprovação do FDA foi baseada em estudos apresentados este mês na ESMO 2016, principal evento da Sociedade Européia de Oncologia Médica, que demonstraram um novo avanço para esse tipo de câncer metastático de pulmão previamente tratado. Na população do estudo que usou o medicamento imuno-oncologico Tecentriq® (atezolizumabe), a sobrevida global mediana foi de 13,8 meses, 4,2 meses a mais que na população tratada com quimioterapia. Além disso, o atezolizumabe também demonstrou benefícios de sobrevida global mesmo em pacientes com baixa ou nenhuma expressão do PDL1, uma proteína cuja função é suprimir a ação do sistema imunológico em relação ao tumor, tornando-o invisível para o organismo. 

Além deste estudo, atezolizumabe está sendo avaliado com várias combinações de quimioterpaia e com outros imunoterápicos.  O atezolizumabe é a primeira terapia anti-PD-L1, que também auxiliará no tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas localmente avançado ou metastático (NSCLC). 

Por ser um câncer que se desenvolve silenciosamente, no qual os sintomas como tosse com sangue, dores no peito e perda de peso não aparecerem no estágio inicial da doença, o diagnóstico muitas vezes é feito quando o câncer está em um quadro avançado. As pesquisas foram realizadas em pessoas cuja doença tinha progredido durante ou após o tratamento com uma ou mais quimioterapias à base de platina, além de avaliar pacientes independentemente do status do PD-L1 e incluíam tanto o tipo escamoso, como não escamoso.
Diante desse cenário, o novo medicamento imuno-oncológico age nas células, inativando a proteína PD-L1 e facilitando o reconhecimento pelas células de defesa imunológica do indivíduo. 

Segundo Lenio Alvarenga, diretor médico da Roche Farma Brasil, acompanhando os avanços da Imunoterapia no desenvolvimento de novos métodos de tratamento que potencializam a resposta imune contra os tumores, principalmente em uma área terapêutica com tantas necessidades ainda não atendidas.

“Essa aprovação representa uma nova opção para ajudar as pessoas com câncer de pulmão a viverem mais e melhor. Por estimular a capacidade do sistema imunológico do próprio paciente no combate às células tumorais, o atezolizumabe é considerado o futuro do tratamento da doença. Estamos orgulhosos em poder trazer em breve aos pacientes esta inovação”, afirma.