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Ao lado da batata-inglesa e do feijão-preto, leite é um dos produtos que teve maior aumento de preços no ano. A elevação chega a quase 30%
Foto: Marcelo Feitosa
Quem vai às compras já percebeu que vários alimentos básicos estão cada vez mais caros nos supermercados de Niterói. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde o início do ano a batata-inglesa já acumula aumento de 68,9%, enquanto o feijão-preto subiu 35,18% no período, o leite subiu 29,6% e o açúcar refinado ficou 20,72% mais caro.
Nos supermercados de Niterói, o preço da batata-inglesa chega a ultrapassar os R$ 8 o quilo. Já o quilo do feijão varia entre R$ 6,19 e R$12,90. O quilo do açúcar refinado é encontrado com preços que variavam entre R$2,79 e R$3,99. O litro do leite longa-vida, que em janeiro custava em torno de R$3,80, atualmente é encontrado em média por R$4,99, mas em um mercado da Zona Sul chega a custar R$6,99.
A aposentada Maria de Lourdes Nascimento, de 78 anos, conta que está difícil fazer compras. “O feijão está custando R$9 aqui neste mercado. Até mesmo as marcas mais baratas estão com um preço muito alto. Eu vou substituir o feijão pelo quê? Há pouco mais de um mês eu comprava quatro ou cinco quilos, mas hoje só consigo comprar dois. O arroz e o leite também estão muito caros, antes eu levava cinco ou seis quilos, hoje em dia posso levar só um ou dois. Até a abobrinha também está com um preço absurdamente caro”, reclama.
A professora do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio (Uerj) Annie Belo diz, no entanto, que apesar dos preços elevados, é possível ter uma alimentação saudável sem gastar muito. “Nesse cenário em que alimentos muito consumidos pelos brasileiros estão sendo afetados pela alta da inflação, o ideal é substituí-los por outros do mesmo grupo alimentar. Com a alta do preço do leite, por exemplo, é recomendável que a população não o substitua por sucos industrializados, mas sim por folhosos como agrião, coentro, couve, escarola e o espinafre, que também são muito ricos em cálcio. A abobrinha, que está com o preço bem elevado, pode ser substituída por alimentos da safra como a berinjela, a abóbora e a cenoura, que possuem um valor nutricional equivalente. Já o feijão-preto, que também está com um preço alto, pode ser substituído por similares como o feijão-branco, o feijão-fradinho e a lentilha. Outro produto comum na mesa dos brasileiros afetado pela inflação é a batata inglesa, que pode ser reposta pela batata doce, que está mais em conta e é ainda mais nutritiva”.
A gerente de pesquisa do IBGE-RJ, Irene Maria Machado, diz que a entressafra é um dos motivos de alguns preços elevados.“O feijão-preto teve uma queda de safra por conta do clima, o que fez com que a oferta diminuísse e o preço aumentasse. O leite, nessa época do ano, também está na entressafra, pois os pastos estão ruins e, consequentemente, as vacas produzem menos leite. Além disso, houve um aumento de preço na ração dos bovinos, o que aumentou o preço do custo da produção. Porém, alguns alimentos estão com uma maior oferta e seus preços estão caindo, como as hortaliças, a cenoura e até a própria carne, que apesar de ainda estar com um preço alto, está em queda”.
Preços dos alimentos continuam altos
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