Transplante: doação que pode salvar vidas

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Doar um órgão é um gesto de amor que pode salvar vidas. No Brasil, se você deseja ser um doador, não há necessidade de fazer uma autorização por escrito em vida, assim como não há registro dessa informação em documentos oficiais (como carteira de identidade, por exemplo). Basta manifestar a vontade para os seus familiares. Assim, a família, como responsável legal, pode autorizar a doação de órgãos e tecidos por escrito e, assim, garantir o último desejo do ente querido. É um gesto extremamente altruísta, especialmente se considerarmos a dor do momento. 

Em alguns casos, também podem ocorrer transplantes entre pessoas vivas, com parentesco até o quarto grau. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea.

Existem famílias que ainda têm receio de realizar a doação. Isso porque quando as funções cerebrais param de funcionar, se a pessoa estiver conectada a aparelhos, o coração continua batendo por um tempo e irrigando sangue para os outros órgãos, o que pode levar alguns a acharem que o indivíduo está em coma. No entanto, a morte encefálica (morte cerebral) representa a perda irreversível das funções vitais.

É importante reforçar que o diagnóstico de morte encefálica no Brasil é seguro. O protocolo é rigoroso e segue critérios definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). São realizados testes por dois médicos, que atestam a morte e realizam a confirmação com exames de imagem (eletroencefalograma, dopplertranscraniano, entre outros). Somente após essa constatação pode ser realizada a doação de órgãos.

Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que o perfil predominante dos doadores são homens que estão na faixa etária de 50 a 64 anos. Além disso, só em 2016 (janeiro a maio), foram realizados 2.916 transplantes de órgãos. Desses, em primeiro lugar aparece o transplante de rim (2.001), seguidos pelo de fígado (694) e coração (122). Outras 29.078 pessoas ainda estão na lista de espera.

Entre as 122 pessoas que receberam um coração em 2016 está Ana Júlia, de oito anos. Desde janeiro ela esperava por um transplante no Instituto de Cardiologia (IC) do Distrito Federal, devido a um quadro de miocardiopatia dilatada (miocardite). No dia 19 de junho, o órgão chegou transportado por um avião da FAB. 

Corrida – Poucas horas fazem diferença quando se trata de um transplante. O tempo máximo que um coração consegue manter as atividades fora do corpo humano, antes de um transplante, é de apenas 4 horas. Esse é o chamado tempo de isquemia, que varia de órgão para órgão. Um pulmão pode ser transplantado em até 6 horas, enquanto o fígado e pâncreas podem esperar 12 horas. O rim é o órgão que aguenta mais tempo: 48 horas.