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Objetivo é despertar no aluno do ensino médio o interesse para a formação superior
Divulgação
O que tem a ver o curso de Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF com alunos do ensino médio de um colégio estadual de Niterói? Tem tudo e muito mais. Tem inovação. Tem determinação dos professores e da universidade para levar conhecimento aos jovens com poucas oportunidades de acesso à Ciência e às novas tecnologias.
Vitória Alves Pinheiro, 17 anos, é aluna do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Guilherme Briggs, no bairro Santa Rosa, em Niterói. Ela é uma das bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica Ensino Médio da UFF. O PIBIC foi criado, em 2010, quando o atual vice-reitor da UFF, Antonio Claudio da Nóbrega, era pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação.
A estudante está entre os alunos do Guilherme Briggs selecionados pelos professores para participar do programa. Ela acompanha uma pesquisa sobre o uso da radioatividade em saúde, ligada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares, no Hospital Universitário Antônio Pedro. No HUAP, a aluna aprende os elementos básicos do método científico. No futuro, poderá saber técnicas de resolver problemas. Vitória já criou até um banner sobre a aplicação da radiação na saúde.
O objetivo do programa da UFF é despertar, no aluno do ensino médio, o interesse para a formação superior em áreas de Ciência e Tecnologia. A bolsa é de um ano e eles recebem um auxilio mensal.
“A minha experiência pessoal é que todo professor de Pós-Graduação deveria orientar alunos de PIBIC EM. A experiência é muito enriquecedora para todos! O difícil é saber que muitos alunos, com tanto potencial como a Vitória, não têm computador ou internet em casa. Esperamos ver esta realidade modificada no futuro”, afirma o médico e coordenador do programa de pós-graduação, Claudio Tinoco, apesar do difícil momento que passa a área de pesquisa no Brasil com os cortes de verbas.
E potencial é o que não falta para a Vitória. Ela e outros estudantes do Colégio Estadual Guilherme Briggs conquistaram o Prêmio Nacional Itaú-UNICEF com o desenvolvimento de um aplicativo, que é um mapa digital para facilitar os novos alunos a se deslocarem dentro da escola que é muito grande. O MAPOLA, nome que deram ao app, venceu os 1.600 projetos de todo o país. O app faz parte de outra parceria do colégio com a Ong Bem TV. “Foi ótimo saber que a ideia do grupo foi desenvolvida e reconhecida. A gente não esperava isso tudo no início. Era só um modo de ajudar os outros”, comemora Vitória.
Quando entrou pela primeira vez no Hospital Universitário Antonio Pedro, a estudante constatou a utilidade do Mapola. “Como o meu colégio, o hospital é muito grande. Tem muitos alunos, médicos e funcionários. Senti um frio na barriga”, lembra a estudante. Animada com as novas “descobertas”, que está fazendo como bolsista, Vitória já divide essa experiência com os colegas. Durante a Feira de Ciências, ela levou o físico, médico e especialista em medicina nuclear, Fernando Fernandes, para conversar com os alunos. “Ele fez uma palestra explicando como funciona o hospital e o que é a medicina nuclear. Foi legal descobrir que os meus colegas também têm interesse no assunto”, afirma a estudante.
A UFF mantém parceria com o Colégio Estadual Guilherme Briggs também em outras áreas, como Farmácia e Cinema. “Hoje temos 466 alunos em horário integral. Nossa escola é engajada em dar uma escola pública de qualidade para os nossos alunos. Sabemos que sem oportunidades, o aluno não consegue. É difícil, mas ele consegue”, afirma a diretora Alcinéia Souza. Ela lembra que o colégio tem parceria com a UFF desde 2014 e espera que essa parceria siga em frente.
Esse também é o desejo do médico e professor Cláudio Tinoco. “Devemos acreditar nos mais jovens, nos alunos da escola pública brasileira, naqueles que estão à margem do sistema. Imagine se estes alunos tivessem mais oportunidades? Seriam capazes de muito mais. O prêmio é um sinal de esperança!”, ressalta o professor.
“A UFF tem que continuar com iniciativas como o PIBIC EM e outras mais para estimular que estes jovens talentos queiram abraçar as carreiras da ciência e tecnologia e assim mudarem o nosso país” conclui o médico.
UFF abre as portas para alunos do ensino médio de Niterói
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