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Atualmente 62 cães integram o BAC, que é formado também por 189 homens, entre adestradores e condutores

Foto: Divulgação/Palácio Guanabara

O Batalhão de Ações com Cães (BAC), a menor unidade da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – formada por 189 homens, adestradores e condutores especializados, e 62 cães – é recordista em apreensão de drogas. Em 2010, a quantidade apreendida era de pouco mais de 105 quilos. Entre janeiro e setembro deste ano, o número saltou para 7,1 toneladas.

Esses são alguns dos resultados conquistados pelo batalhão, que completou 60 anos este ano. Esta semana.

O excelente desempenho da unidade, subordinada ao Comando de Operações Especiais (COE), se deve à mudança no direcionamento do grupo, proposta pelo coronel Marcelo Nogueira, comandante do BAC. 

No batalhão há 11 anos, o coronel Nogueira, como é conhecido, mostrou às demais unidades da corporação que o BAC poderia ampliar as atividades, além do policiamento em praia ou praça pública, por exemplo.
A partir dos Jogos Panamericanos, em 2007, houve a necessidade de se estabelecer rotina de treinamento maior, principalmente, com os cães de faro. 

A partir daí, a unidade passou a realizar operações e a gerar estatísticas para outros departamentos da polícia, que começaram a acioná-la em incursões.

“Redirecionamos a aplicação, fazendo primeiro a divulgação dentro da corporação”, disse o coronel.

Segundo o comandante, o marco da mudança foi a ocupação do Santa Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro, em 2008, quando o BAC entrou na comunidade para dar apoio ao Bope e ao Choque.

“Desde então, a unidade passou a estar presente em todas as ações de pacificação”, explicou o coronel.

As capturas de drogas são expressivas. Em 2014, o BAC realizou apreensão de 3.680 quilos de drogas em Acari. Este ano, o maior volume apreendido foi em Manguinhos: 1.100 toneladas.

O BAC em seu formato é único no país. Agora, a unidade se prepara para ocupar a nova sede no COE, em Ramos, na Zona Norte, onde terá espaço para administração e dois alojamentos. 

A previsão é de que seja instalado um centro veterinário, a Casa de Faro, destinada às atividades de treinamentos dos cães, e um centro de simulações de ações.

Dedicação – O subtenente reformado Sérgio Sebastião da Silva, de 61 anos, dos quais 40 foram dedicados ao BAC, é referência no adestramento na unidade.

“Não é só você saber adestrar, tem que ter um Q a mais, que é saber lidar com o cão, saber buscar nele o seu aprendizado”, explicou Silva.

Em 1974, aos 19 anos, o subtenente ingressou na Polícia Militar, sendo designado para o então Destacamento de Atividades Especiais (DAE). 

Lá, existia um canil e ele seguiu na atividade com cães. Com o tempo, se apaixonou pelo ofício de adestrador e nele seguiu até 2003, quando foi reformado.

O ponto alto da carreira foi em 2001, quando, com a ajuda do cão Athos, encontrou os restos mortais do jornalista Tim Lopes e de outras pessoas.
“Sou o único que entrou no canil e não saiu mais, a não ser para fazer cursos”, disse Silva.

Em 2003, foi para reserva e, de 2008 até hoje, voltou a prestar serviços para o BAC pelo programa Tempo Certo, que traz de volta homens da reserva que desempenharam bem as suas funções. Com isso, Silva continua adestrando cães, instruindo os mais novos e ministrando cursos.

“Aqui existe a amizade de homem-cão e também existe a amizade do homem com o homem. E isso é importante em um grupo”, afirmou o PM.