Os participantes inscritos na edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano realizaram a prova de Redação, de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – estas últimas com 45 questões cada - a partir das 13h deste domingo (5). De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 19.864 pessoas se cadastraram para realizar as avaliações em Niterói e 23.509 inscrições foram confirmadas em São Gonçalo. Foram registrados diversos pontos de retenção nas principais vias das duas cidades na faixa de tempo entre 12h e 13h, antes do início da aplicação dos exames. Estudantes começaram a ser liberados a partir das 15h30.
No Liceu Nilo Peçanha, no centro de Niterói, um dos locais de prova, a atendente Tainara Nascimento, de 21 anos, esperava a abertura dos portões. A moça espera usar a nota obtida no exame para começar uma graduação em Medicina Veterinária em alguma instituição da cidade. Estudando em um pré-vestibular comunitário oferecido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ela comenta que sua estratégia é realizar inicialmente a redação para depois responder às questões das outras duas provas.
“Durante todo o ano, precisei dividir o tempo entre estudo e trabalho e acredito que me sairei bem nas provas. Foi bem difícil para mim, foi um processo bastante cansativo, mas penso que valeu muito à pena”, manifestou Nascimento.
No mesmo local, esperava a estudante Fernanda Tolini, de 17 anos, moradora do Vital Brazil. Ainda não sabendo qual carreira seguir, ela comenta que gosta da área de Ciências Biológicas. Diferente de Tainara, ela não se inscreveu em nenhum curso pré-vestibular durante o ano e está terminando o terceiro ano do Ensino Médio.
“Cheguei a estudar quatro horas por dia e acredito que conseguirei boas notas. No entanto, ainda tenho dúvidas sobre qual faculdade escolher. É uma responsabilidade muito grande”, declarou Tolini.
O psicólogo e pai de Fernanda, Carlos Tolini, de 53 anos, acompanhou a espera da filha e entende que é importante acompanhar os filhos em um momento que, em sua opinião, é de tensão.
“Sempre procuro estar presente em momentos difíceis como esse. Acho bacana, porque dá uma sensação de tranquilidade para minha filha”, destacou.
Já no campus Gragoatá da UFF, outro tradicional local de prova da cidade, ambulantes vendiam de canetas a alimentos para aqueles que haviam esquecido de se organizar previamente. A vendedora Evandra Cristina, de 57 anos, moradora de Boa Viagem, relata que sempre realiza o serviço nos dias de prova do Enem e, com o movimento, acredita que vendeu menos do que nos anos anteriores.
“Em geral, todos vendem canetas a R$ 2, por unidade. Sempre vendo em pontos distintos da cidade, mais afastados do Centro, por já serem locais com outros trabalhadores. No entanto, como senti que diminuíram os locais de prova, acabei me instalando em frente ao campus”, esclareceu Cristina.
Trânsito – Internautas postaram em suas redes sociais reclamações sobre grandes trechos de congestionamento, em diferentes vias de Niterói e São Gonçalo. Alguns pontos de retenção foram observados na Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro de Niterói; a Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres, em Icaraí, e na Rua Doutor Alfredo Backer, em Alcântara, São Gonçalo.
Mudanças – De acordo com material divulgado pelo Inep, consideráveis mudanças foram realizadas nesta edição do Enem, em comparação às edições anteriores. Além da prova ser realizada em dois domingos consecutivos, a redação foi divulgada no primeiro dia. Também foram oferecidos novos recursos de acessibilidade, além de novas regras para isenção e justificativa de ausência, entre outras modificações.
O tema da redação “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” também foi muito comentada pelas redes sociais do Ministério da Educação (MEC). Em trinta linhas, os participantes precisaram desenvolver um texto dissertativo-argumentativo a partir da situação-problema exposta na prova e dos subsídios oferecidos pelos textos motivadores.
“Tema muito importante, mas pouco discutido e estudado em nosso país. Acredito que será bem complicado desenvolver uma redação sobre o assunto.”, declarou uma internauta.