A Defensoria Pública do Rio de Janeiro ingressou, na noite da última terça-feira, com uma ação civil pública para impedir a mudança nos horários de funcionamento das barcas. A medida foi adotada após o prazo de 24 horas para que o Governo Estadual e a concessionária CCR Barcas respondessem à recomendação encaminhada pela instituição, na última segunda (31/10), para que não procedessem a alteração que tem como consequência direta a redução de viagens, em prejuízo aos cerca de 90 mil usuários do serviço. O processo foi distribuído para a 6ª Vara da Fazenda Pública.
A recomendação foi encaminhada pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública à Secretaria Estadual de Transporte e à concessionária que administra o serviço. O documento pedia ao governo e à CCR Barcas para não implementarem a mudança, que entrou em vigor nesta terça.
O Nudecon explicou na recomendação que qualquer alteração no funcionamento do serviço deve ser precedida de estudo técnico e de ampla divulgação ao consumidor – o que não ocorreu no caso. Além disso, a alteração depende de aditivo no contrato.
O documento deu prazo de 24 horas (que terminou na tarde de terça) para que o estado e a CCR Barcas dessem uma resposta. Segundo a defensora Patrícia Cardoso, que coordena o Nudecon, o governo não se pronunciou até o momento, e a concessionária respondeu que não iria atender à recomendação.
Patrícia afirmou que participou de uma audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (27/10). Tanto os usuários das barcas como os parlamentares que participaram do debate informaram que ficaram sabendo da alteração pela mídia. Apesar de convidados, a Secretaria de Transporte e a CCR Barcas não enviaram representantes para a audiência.
Na ação civil pública, o Nudecon pede a concessão de liminar que obrigue o Estado e a CCR Barcas a restabelecer os horários de funcionamento das barcas na forma prevista no contrato administrativo em vigor, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
O Nudecon também pede que as linhas e horários de funcionamento das barcas não possam ser alteradas sem a devida publicidade e informação clara aos consumidores afetados.