Estudantes do Colégio Estadual Manuel de Abreu, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, organizaram duas manifestações nesta sexta-feira (26) para reinvindicar melhores condições na instituição de ensino. Pela manhã, por volta das 7h30, eles fecharam duas faixas da Avenida Roberto Silveira, uma das principais vias de ligação entre a Zona Sul e o Centro da Cidade. Depois disso, por volta das 12h, eles fizeram uma passeata, seguindo pela Roberto Silveira até a Câmara de Vereadores de Niterói.
Segundo a Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans), apesar do fechamento parcial da avenida, os veículos seguiam por uma faixa e, como o fluxo nesses horários não estava intenso, não houve grandes complicações para o trânsito. Agentes da autarquia estiveram no local, acompanhando a manifestação para segurança dos alunos e orientando o trânsito. Como alternativa para quem seguia da Zona Sul para o Centro, os agentes orientaram que os motoristas optassem pela Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres.
Segundo alunos que participaram das manifestações, o objetivo de sair às ruas foi para cobrar melhores condições para a unidade de ensino. De acordo com eles, falta refrigeração nas salas de aula, houve redução na merenda escolar e faltam funcionários no colégio para cuidar da manutenção. Além disso, os alunos informaram que materiais básicos, como canetas para registro no quadro branco, também estão em falta.
Segundo Rubens Malcher, membro do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ), o ensino precarizado das escolas da rede estadual foi o que levou os alunos a protestarem.
"Os alunos estão sentindo na pele os problemas da precarização no ensino, como a falta de merenda e as salas de aula sem refrigeração. Ir às ruas é uma forma de mostrar para a sociedade os problemas vivenciados na instituição", afirma o professor, que acredita que a manifestação e a greve são instrumentos legítimos de reivindicação.
Ainda de acordo com Malcher, a manifestação dos alunos é também em apoio à greve unificada dos professores, que está prevista para começar no dia 2 de março. Ele ainda informa que a pauta da greve está fundamentada nas questões salariais e nas melhores condições de trabalho. Além dos docentes, os servidores de outras áreas também estariam se programando para entar em estado de greve no mês de abril.
Assim como o Colégio Estadual Manuel de Abreu, outras instituições de ensino da rede estadual, como a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) Henrique Lage e a Escola Estadual Professor Alcina Rodrigues Lima, também ocuparam as ruas de Niterói nesta semana em protesto, visando chamar a atenção da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) para os problemas e as condições precárias das unidades de ensino da rede.
Procurada, a SEEDUC ainda não emitiu posicionamento sobre o ocorrido.