Greve da Educação de São Gonçalo pode parar na Justiça

Por

Trabalhadores foram caminhando até a prefeitura e complicaram o trânsito

Evelen Gouvêa

Após mais de um mês de greve, profissionais da educação de São Gonçalo terão que responder na justiça sobre o movimento. A prefeitura entrou com uma ação contra a categoria por conta do número de profissionais que aderiram à greve. Eles pedem que apenas 20% dos profissionais de cada escola parem o serviço. Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) afirma que medida é absurda, e que irá recorrer. Categoria decidiu nesta terça-feira (11) manter a greve no município. 

Durante reunião entre o prefeito José Luiz Nanci e sua esposa e chefe de Gabinete, Eliane Nanci, após assembleia e manifestação da categoria, comissão de greve foi avisada do processo. Segundo a diretora do Sepe SG, Maria do Nascimento, consta no documento recebido que a decisão não credita a greve como ilegal, mas que apenas 20% dos profissionais de cada escola devem aderir ao movimento. 

A categoria decidiu nesta terça por unanimidade manter a greve por, pelo menos, mais uma semana após não receberem resposta sobre a contraproposta enviada ou proposta válida para o movimento. Depois do encontro no Colégio Municipal Castelo Branco, no Boaçu, profissionais seguiram em passeata pelas ruas do município até a sede do Executivo no Centro. Além de professores, responsáveis de alunos também participaram do ato. 

“Tenho dois filhos na rede municipal, um de 8 e outro de 7 anos. Um deles é autista com hiperatividade e depende de professor de apoio, mas não tem auxílio, fica na mesma sala de outros alunos. É complicado manter os estudantes sem aula, mas é um direito dos profissionais reivindicarem e ganharem o que está na lei”, apoiou a dona de casa Denise Alves, de 25 anos, mãe também de uma menina de 2 anos. 

Trabalhadores saíram em passeata e protestaram com faixas e cartazes até a Prefeitura de São Gonçalo, na Rua Doutor Feliciano Sodré. O trânsito na via, no sentido Alcântara, chegou a ser bloqueado por cinco minutos, mas foi progressivamente liberado até a manifestação ocupar apenas uma das faixas.

Nesta quarta (12), profissionais vão até a Câmara de Vereadores fazer um convite aos parlamentares que participem de uma Audiência Pública sobre a situação da educação do município no próximo dia 17. Nesta quinta (13) está marcado um ato no Ministério Público Estadual, às 11h, e, no dia seguinte, uma vigília na sede da Prefeitura entre 10h e 16h. No dia 18, acontece uma nova assembleia às 14h e mais tarde, às 18h, profissionais da rede municipal e estadual se unem em ato pela educação na Praça do Relógio, no Alcântara. Procurada, a Prefeitura de São Gonçalo não respondeu até o fechamento desta edição. 

Rede Estadual – Profissionais da rede estadual de educação anunciam greve de 24 horas para o próximo dia 19, quarta-feira. Neste dia, categoria participará de uma assembleia geral no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, às 10h. Às 15h, profissionais se unem a outros servidores na Igreja da Candelária e seguem em passeata até a Alerj.

As escolas que, segundo a diretora, fecharão as turmas são o CIEP Doutor Ilton Faria da Costa, em Santa Luzia, CIEP Pablo Neruda, no Laranjal, Colégio Estadual Trasilbo Filgueiras, no Jardim Catarina, Escola Estadual Vital Brasil, no Tribobó, Escola Estadual Armando Gonçalves, Trindade e CIEP Sérgio Cardoso, no Salgueiro. 
Procurada, a Seeduc não respondeu até o fechamento desta edição.

Niterói – A rede municipal de educação de Niterói também entrou em estado de greve. Categoria realiza assembleia geral nesta quarta-feira (12), às 17h30, na sede do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), em Niterói. Segundo o sindicato, ao fim da última greve em maio, o Executivo havia se comprometido a acabar com os descontos em ausências dos funcionários de Duplas e Regime Especial de Trabalho (RET), principalmente por motivos médicos, porém, eles dizem que não houve mudança. 

Ainda de acordo com o Sepe, a pauta só seria regulamentada através de nova legislação, que seria discutida na comissão paritária de negociações entre categoria e Governo. A Prefeitura de Niterói informou que, desde maio, uma comissão formada por representantes da Secretaria Municipal de Educação e da categoria vem se reunindo para dialogar sobre estas e outras questões levantadas pelos profissionais da Educação. 


  • Tags: