Guerra do tráfico altera a dinâmica urbana do Fonseca

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A comunidade do Santo Cristo, no Fonseca, tem sido uma das mais perigosas da Zona Norte de Niterói

Júlio Silva

O clima de medo segue como uma constante para os moradores da Zona Norte de Niterói. Desde a semana passada, quando traficantes de facções rivais iniciaram uma guerra pela disputa da venda de drogas na região, quem mora no Fonseca e Engenhoca se sente acuado dentro de sua residência. As constantes trocas de tiro, além de balearem traficantes, já atingiram carros que estavam estacionados no meio da rua e imóveis próximo a essas comunidades. Por sorte, nenhum inocente ficou ferido.  

Segundo a Polícia Militar, diariamente policiais do 12º BPM (Niterói), realizam operações contra o avanço do tráfico na região.  

“Estamos acuados nas mãos desses bandidos. Todos os dias somos obrigados a escutar gritos e rajadas de tiros no interior dessas comunidades. Além dos morros eles dominaram as ruas e andam armados para intimidar as pessoas. Até mesmo toque de recolher já foi decretado por eles. Às 19 horas as ruas estão completamente vazias e só na manhã do dia seguinte as pessoas conseguem sair de suas casas”, desabafou uma analista de atendimento, de 38 anos, moradora da região.  

Desesperada com os constantes ataques dos bandidos, a mulher diz que já teve a janela de sua casa e o carro atingido por tiros.  

“A cada dia é um sofrimento. A rotina das nossas vidas foi obrigada a ter uma mudança radical. Esse tiroteio intenso começou na madrugada de terça-feira de carnaval e não parou mais. Parece que morre um criminoso e aparece muito mais. As pessoas estão desesperadas e com medo de morar na Zona Norte”.  

Através das redes sociais, quem mora na região tem falado sobre os confrontos no morros da Palmeira, Pimba, Coronel Leôncio, Santo Cristo e Vila Ipiranga.  
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“Essa guerra está demais. A bala veio bater na parede do meu quarto, onde estavam eu, meu filho e minha esposa. Graças a Deus não houve nada e não fomos atingidos”, alertou um morador da Avenida Vinte e Dois de Novembro. 


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