Profissionais da rede municipal de educação decidem nesta terça-feira (4) se aceitam proposta da Prefeitura de São Gonçalo e ou se mantêm a greve que já dura um mês. Categoria no entanto, acredita que imbróglio não será resolvido, já que acordo contempla apenas professores. Nesta segunda-feira (3), profissionais e responsáveis por alunos realizaram ato na sede da administração, no Centro.
Segundo a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de São Gonçalo, Michelle Alvarenga, a Prefeitura apresentou a proposta de reajuste em três partes, sendo 4% em setembro, 4,5% em janeiro e 4% em abril, porém, contemplando apenas os professores. O movimento, no entanto, luta para que o reajuste de merendeiros e inspetores, que recebem R$ 788 mensais, também aconteça.
“Respondemos que vamos apresentar a proposta em assembleia hoje, mas, provavelmente, vamos decidir a continuidade da greve. Em outras ocasiões, já havíamos combinado de não aceitar propostas que não contemplem todos os profissionais da educação e nem acordos abaixo do que manda a lei”, afirma.
A assembleia está marcada para as 9h, no Colégio Municipal Presidente Castello Branco, no Boaçu.
Nesta terça, profissionais da educação e responsáveis de alunos realizaram um “aulão” nas escadarias da sede do Executivo. O objetivo era explicar a situação da categoria e pressionar a resolução por parte da prefeitura. Para a diretora do Sepe, o ato foi uma aula de cidadania.
“Nós ensinamos aos alunos, como cidadãos, a cumprirem a lei, seguirem no caminho correto, mas como fazê-lo se nossos governantes não cumprem? Nem a constituição federal, que nenhum trabalhador pode receber menos que um salário mínimo… Ainda temos a questão da merenda que não é de qualidade, auxílio transporte sem reajustado desde 2014, escolas sem estrutura, falta profissionais. É mais uma forma de denunciar o descaso”, explicou.
Mãe de Claudinha, de 19 anos, a manicure Ana Claudia Moreira Duarte, 46, levou a filha esquizofrênica ao ato para cobrar a resolução da greve. Ela diz que a filha sente falta de sua rotina e que está agitada em casa.
Procurada, a prefeitura de São Gonçalo informou que expôs ao Ministério Público uma proposta que foi apresentada ao Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de São Gonçalo (Sepe-SG), com o objetivo de pôr fim à greve dos professores no município. O documento ressalta o empenho do governo em cumprir a Lei nº 11.738/2008, que dispõe sobre o piso nacional dos professores, buscando garantir que a remuneração de nenhum docente da rede municipal seja inferior ao piso estabelecido, já a partir dos vencimentos de agosto de 2018.
Para acabar com a paralisação e as crianças voltarem para as salas de aula, o governo propôs uma adequação de 13,03%.