Moradores denunciam focos de mosquito em São Gonçalo

Por

Moradores com sintomas de chikungunya têm lotado unidades de saúde

Marcelo Feitosa

Após um crescimento de 553% no número de casos de chikungunya em São Gonçalo no primeiro trimestre do ano, em comparação com o período de janeiro a março de 2017, quando foram registrados 477 e 73 casos, respectivamente, a população do município pede mais atenção à prevenção das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo a Prefeitura, os bairros com maior número de casos de chikungunya são Tenente Jardim, Engenho Pequeno, Zé Garoto e Venda da Cruz. 

Moradores de vários bairros da cidade reclamam da falta de fiscalização contra os focos de água parada em buracos e matagais sem cortes, o que aumenta os riscos de proliferação da doença. A professora Denise Bispo, de 51 anos, precisou levar a filha de 18 na Unidade Municipal de Pronto Atendimento (UMPA) de Nova Cidade na manhã desta quinta-feira (12) por conta de fortes dores no corpo. Moradora de Itaoca, ela conta que o bairro está com muita gente doente.

“Muitos vizinhos com a doença. O posto também está cheio, a maioria aqui é por suspeita de chikungunya. Não temos saneamento, o esgoto é a céu aberto, até os buracos da rua acumulam água”, questiona.

Moradora do Recanto das Acácias, Antônia da Costa, 63, está com medo de pegar a doença. Segundo a costureira, o número de casos em sua rua vem aumentando consideravelmente.

“Nós cuidamos da nossa casa, mas como vamos cuidar da casa dos vizinhos? E da rua? Tanto lixo espalhado pela rua, tudo acumula água e o mosquito se desenvolve”, lamenta. 

Moradores da Rua Vicente Lima Cleto e da Rua Angustina, em Nova Cidade, reclamam que o bairro tem valas abertas, com pouco volume de água, o que impede a circulação. Para eles, a falta de movimentação na água se torna foco de mosquitos. 

No Mutuá, o terreno de um prédio fechado na Rua Dionísio Soares está causando medo. Isso porque o local não está é conservado e está cheio de mato e água parada. Segundo um vizinho, a imobiliária responsável pelo imóvel já foi acionada, mas nada fez para resolver a questão.

Segundo a Prefeitura de São Gonçalo, novos dados de casos da doença apenas serão divulgados na próxima semana por conta de obras no setor responsável. Em nota, o Executivo Municipal informou que não foi notificada sobre o terreno em questão, mas que enviará uma equipe ao local. Sobre a denúncia de moradores de que as valas poderiam ser focos de mosquito, a administração alegou que o mosquito apenas se prolifera em água limpa. 

Ainda de acordo com a prefeitura, a subsecretaria de conservação está fazendo a limpeza de canais em pontos da cidade para o melhor escoamento das águas durante as chuvas e pede a colaboração da população. 

“Além do trabalho de limpeza, as equipes estão fazendo capina e retirada da vegetação acumulada às margens do canal, como forma de melhorar o fluxo das águas. Durante o mês de março, equipes também atuaram na limpeza de córregos em Neves, Vila Lage e Lindo Parque. Anteriormente, Santa Catarina e Barro Vermelho já haviam sido atendidos. Após o término do serviço no Porto Novo, outros bairros receberão as intervenções”, diz a nota.


  • Tags: