Faleceu na manhã desta segunda-feira (23), aos 87 anos, o advogado e professor João Luiz Duboc Pinaud, vítima de falência múltipla dos órgãos. O velório aconteceu no Plenário Brígido Tínoco, na Câmara Municipal dos Vereadores de Niterói, e reuniu parentes, amigos e autoridades. João deixa três filhos, oito netos e oito bisnetos.
Militante da causa dos Direitos Humanos, João Pinaud teve seus direitos políticos cassados pelo Golpe de 1964 e perdeu sua cadeira na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde lecionava no curso de direito, e também seu cargo de juiz do antigo Estado do Rio de Janeiro. Foi membro da ONU (Organização das Nações Unidas), onde viajou em missão para o Haiti e países da África.
Além disso, foi secretário nacional de Direitos Humanos e do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro. Para a família, Pinaud deixa um legado de ética, luta e cidadania.
“Ele era um homem que estava à frente do seu tempo. Acreditava no melhor das pessoas e lutava pelos direitos das minorias porque sonhava em construir um país justo e igualitário. Quando trabalhou como secretário do Sistema Penitenciário, batalhou para humanizar as condições de vida do ambiente prisional e investiu na educação, como estratégia para ressocialização do indivíduo egresso. Até hoje seu nome é reconhecido nas universidades e no sistema judiciário”, disse o neto João Pinaud, de 34 anos.
De acordo com a família, recentemente o advogado reuniu textos que produziu nas noites de insônia no livro “Noites Éticas”, que será publicado em breve.
Pinaud é autor de oito livros e a sua primeira obra, publicada em 1985, rendeu um prêmio no Instituto Nacional do Livro.
Desde janeiro, ele enfrentava complicações na saúde, mas continuava lendo e produzindo artigos.
“Sua sabedoria era admirável. Ele tinha o dom de estimular o nosso pensamento”, disse a neta Luiza Pinaud.
O corpo do advogado será cremado nesta terça-feira (24), no Cemitério Parque da Colina.