Passados 12 dias do incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, algumas lições podem ser tiradas. A primeira é que foi preciso uma tragédia de proporções quase bíblicas para que se “redescobrisse” o museu. É claro que ele nunca foi esquecido, era frequentado e querido, mas precisava ser “priorizado” em suas necessidades, como plano de segurança e prevenção a incêndios.
Outro aspecto interessante é a mobilização que a recomposição do museu está gerando. As pessoas estão se mobilizando no Rio, no Brasil e em todo o mundo para reerguer o museu. Grandes e respeitadas instituições internacionais estão sensibilizadas com a perda do acervo e se dispõem a ajudar. Ou seja: o simpático museu da Quinta da Boa Vista não morreu em meio às cinzas.
Depois de todo esse processo, ele poderá ressurgir mais diversificado e interessante. O que queimou ficou para trás, mas ainda há muito a se recuperar nesse processo de resgate da autoestima do museu.
E o terceiro ponto positivo é o alerta para as condições de todo o acervo cultural brasileiro. O que aconteceu com o Museu Nacional poderia ter ocorrido em outros equipamentos culturais.
É preciso que se encare essa situação de precariedade não só da cultura, mas da educação em geral, e da saúde, de frente. Não dá mais para empurrar os problemas brasileiros com a barriga e deixar para depois, contando apenas com a sorte.
Em tempo de eleições, reflexão é uma ótima pedida.