A Associação Fluminense de Reabilitação (AFR) é o que pode ser chamado de fábrica de sonhos. E se a máxima diz que tudo o que é bom pode melhorar, o projeto para aumentar o atendimento aos mais de dois mil pacientes de 66 municípios do Estado tem tudo para confirmar o dito popular. Isso porque, além do trabalho de terapia de reabilitação e medicina física que já é realizado na Rua Lopes Trovão, 301, em Icaraí, a entidade está construindo dois prédios novos e reformando um casarão que estava abandonado na Rua General Osório, 59, em São Domingos, para a construção da Unidade de Reabilitação e Atendimento Especializado Lizaura Ruas, cujo objetivo é atender mais 200 pacientes.
A compra e reforma do complexo que abriga os prédios foram possíveis graças aos recursos da Emenda Parlamentar do deputado federal Alexandre Santos, em 2011, no valor de R$ 500 mil, e também aos eventos promovidos pelos associados da entidade, como o jantar “Garçom Caixa Alta”, cuja arrecadação é destinada a arcar com os custos do projeto, que está avaliado em R$ 1,7 milhão e tem previsão de entrega em 2016.
O administrador Telmo Silva Hoelz explica que o bloco II está praticamente pronto, faltando apenas alguns detalhes de acabamento nos três andares do edifício, que serão concluídos em alguns meses. O primeiro bloco, que será interligado ao segundo através de uma passarela, começará a ser construído em 2016 e absorverá as crianças que hoje são atendidas no bem-sucedido Centro Especializado de Referência (CER).
“Teremos a fisioterapia pediátrica, que vai funcionar no primeiro andar do Bloco II. Já no andar de cima, nós teremos a fonoaudiologia e a terapia ocupacional. Já o terceiro andar nós vamos separar para o refeitório e vestiário dos nossos profissionais”, disse Telmo, ressaltando que, inicialmente, 200 crianças carentes serão atendidas por 40 profissionais.
Já o casarão de dois andares que foi tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal exigiu a elaboração de um projeto específico respeitando as características arquitetônicas originais. No local, Telmo disse que vai funcionar uma biblioteca e um espaço multicultural no primeiro andar. No segundo, cursos de graduação serão ministrados.
Sonhos – O paciente que chega hoje na AFR é atendido por uma das funcionárias mais antigas da casa. A assistente social Sildésia Cardoso é responsável há 28 anos pelo convênio de reabilitação motora e intelectual, além de realizar o encaminhamento de pacientes vítimas de acidentes de trânsito ao CER.
“Normalmente as vítimas de acidentes são encaminhadas para nós para a sua reabilitação. Na medida em que os acidentes aumentam, nós também aumentamos o nosso atendimento”.
Para a presidente da AFR, Nilce Müller, a gratidão dos pacientes dá forças para a expansão da entidade.
“Nada é mais gratificante do que um ‘muito obrigado’ recheado de verdades. É isso que nos dá forças para continuar”.
Na sala multiprofissional, onde acontece o tratamento de crianças com o spectro autista, a mãe de Daniel Heraldo Timóteo, de 8 anos, resume em gratidão o trabalho oferecido pela AFR. Com esperança, ela sabe que o filho está entregue em boas mãos.