Piscinão sem destino certo em SG

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Local, que chegou a receber cerca de quatro mil pessoas, hoje tem poucos frequentadores diariamente

Foto: Evelen Gouvêa

O Parque Ecológico Praia das Pedrinhas, conhecido como Piscinão de São Gonçalo, possui uma área de 60 mil m², lago artificial, pista de caminhada, academias ao ar livre, campo, quadra de esportes de areia, parquinho para crianças, quiosques e um anfiteatro. Com grande lista de atrações, o local foi, por muito tempo, principal espaço de lazer para população gonçalense até ruir com a crise financeira do Estado. Atualmente, o lugar se encontra sem manutenção e com áreas degradadas. Apesar dos pedidos dos moradores, não há previsão para o retorno do piscinão.

Funcionando de terça a domingo, inclusive em feriados, desde 2010, o parque fechou para manutenção em setembro do último ano e, quando reabriu as portas em fevereiro, a atração principal, o piscinão, ficou de fora do pacote de melhorias. Em dados da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, o lugar recebia, no verão, até quatro mil frequentadores aos fins de semana. Agora, poucos visitantes buscam o parque para se exercitar. O motivo pela baixa procura se dá por medo devido à falta de segurança e ao abandono dos serviços.

A atendente Luciana Silva de Oliveira, 40 anos, relembra como o local era importante para o município, pois era o maior espaço de lazer da população, atendendo a toda a família. Agora, ela usa o lugar para se exercitar, mas reclama da precariedade.

“Frequentava muito o piscinão quando estava aberto. Agora está abandonado. É triste, pois, além de não podermos usar, o local foi saqueado, não tem mais fiação, nem as cadeiras de praia, o banheiro também está abandonado e não tem nem mais torneiras. Ainda usamos de manhã e de tarde para fazer exercícios e caminhar, mas os aparelhos de ginástica disponíveis estão em péssima conservação. Todos enferrujados e quebrados, podendo nos machucar”, observou.

Também se exercitando no terreno, a doméstica Andreia Marins, 44, comentou sobre os dias quentes de verão em que o lugar ficava lotado. Para ela, a proximidade do piscinão, na beira da BR-101, beneficiava os moradores que não tinham condição de ir à praia nos outros municípios.

“Ainda tinha aulas de natação, era muito agradável. Também foi um prejuízo para os comerciantes, pois muita gente se endividou para comprar os quiosques e, quando fechou o piscinão, todos foram à falência. Temos medo de ficar aqui até tarde, pois não tem segurança nenhuma”, contou.

Outra reclamação da doméstica é da falta de conservação para o resto do parque, que está quebrado e enferrujado, como nas catracas de acesso. Segundo ela, os usuários e professores da quadra de vôlei de areia precisam, muitas vezes, realizar uma manutenção básica de tempos em tempos no espaço, pois não podem perder o ponto de treinamento.

Responsável pela manutenção do local, a Suderj, divulgou que o Parque Ambiental Praia das Pedrinhas encontra-se aberto ao público e que o governo vem mantendo em funcionamento as áreas de lazer e atividades físicas, como as academias ao ar livre, pista de caminhada e quadra para a prática de esportes na areia.

Tentando uma solução definitiva para o espaço, a autarquia também disse que está procurando estabelecer uma parceria com a Prefeitura de São Gonçalo e o setor privado para reativar o piscinão, pois o projeto ne­cessita de grande intervenção.

Procurada, a Prefeitura informou que o município tem interesse em assumir a gestão do lugar por ser um espaço de lazer importante para a população gonçalense, no entanto, devido à crise, não há possibilidade que isto aconteça neste momento.


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