A Praça Márcia Souto, que foi inaugurada pela Prefeitura de Niterói há menos de três meses, no Fonseca, virou um dos principais pontos de estacionamento irregular na Alameda São Boaventura. E também de polêmica. Moradores da região reclamam que veículos ocupam diariamente a área de lazer e estacionam próximo aos bancos e aparelhos de ginástica para utilizar os comércios no entorno da praça. Já os comerciantes alegam que antes da praça o local sempre funcionou como estacionamento e como não há outro local próximo para os clientes pararem o carro, eles dizem que vão falir sem os agentes continuarem a multar.
O local, que possui 975 metros quadrados, recebeu investimento de R$ 195 mil reais. A praça foi inaugurada em novembro do ano passado. No entanto, os moradores do bairro alegam que a área desde então vem sendo subutilizada pela população, devido ao desrespeito dos motoristas que estacionam os veículos no ambiente de lazer.
“O espaço que foi construído com o objetivo de beneficiar os moradores da Zona Norte virou vaga de estacionamento para quem deseja parar na Alameda. Tem dia que mais de seis carros ocupam a área e os próprios pedestres sofrem dificuldade para passar pela região”, lamenta o advogado Wanderson Pinheiro, de 55 anos.
Ainda de acordo com os moradores, regularmente a fiscalização se dirige ao local para notificar os veículos estacionados. Contudo, alguns motoristas insistem em utilizar a área e param em frente aos comércios. No último dia 25, por exemplo, agentes da NitTrans autuaram de uma só vez cinco automóveis que estavam estacionados dentro do espaço.
A medida, no entanto, causou a revolta dos comerciantes. Eles alegam que os clientes só param no comércio, porque existe espaço para estacionar. “Antes da revitalização, esse local era ponto de estacionamento e muitos motoristas paravam nessa região. Após as obras, alguns continuam utilizando a área, porque não existe outro local para estacionar. Caso os agentes continuem notificando os motoristas, nossas lojas irão falir, uma vez que a vaga é um dos fatores que atrai os fregueses”, justifica a comerciante Claudia Saldanha, de 50 anos.
Segundo o balconista Fernando Alves, de 35 anos, funcionário de uma das lojas, os próprios comerciantes cuidam da praça. Eles colocam uma corrente na entrada, à noite, para evitar o estacionamento nos horários em que os estabelecimentos estão fechados.
“Todos os lojistas dependem da área, por isso, eles cuidam dela e tiram a corrente de dia permitindo o estacionamento. Esse local sempre foi um ponto seguro para quem trafega pela Alameda e para os comerciantes que atuam no trecho há anos. Eles utilizam o local também para efetuar carga e descarga de produtos, já que na via é proibido estacionar. Ou seja, as pessoas utilizam a área de forma irregular, porque não existe outra maneira de resolver o problema”, argumenta.
A Prefeitura de Niterói informou que a NitTrans irá intensificar a fiscalização na região e, ressaltou, ainda, que é estritamente proibido o estacionamento de veículos na área de lazer.