Os comerciantes de Niterói poderão participar da 14ª Semana do Peixe, evento realizado por entidades privadas com o apoio da Secretaria de Pesca, ligada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Acontecendo em todo o País durante os dias primeiro a 15 de setembro, uma edição estadual do evento poderá ocorrer durante os dias 28 de setembro a 8 de outubro, segundo o superintendente de Pesca do Escritório do MDIC no Estado do Rio de Janeiro, Jaime Cavalcante. O objetivo principal é incentivar a compra e o maior conhecimento sobre os benefícios dos peixes na alimentação.
“Teremos uma reunião na próxima terça-feira, dia 5, para decidir se uma edição estadual será realizada ou não. Espero, sinceramente, que consigamos produzir um evento tão importante como esse”, relatou.
Atílio Guglielmo, diretor da Associação dos Comerciantes e Amigos do mercado, relatou que não é a primeira vez que a cidade não participa do evento.
“Infelizmente, no último ano também não recebemos nenhum aviso por parte da Secretaria de Pesca. Acredito que a situação econômica nacional seja um dos motivos para isso”, enfatizou.
No Mercado São Pedro, no centro da cidade, muitos comerciantes ainda não tinham recebido nenhum tipo de informação sobre esta grande estratégia, ainda mais em tempos nos quais seus negócios são impactados pela crise econômica que atinge o Estado do Rio de Janeiro. Guiseppe Martira, que trabalha no mercado há seis anos, conta um pouco sobre a necessidade de oportunidades como essa.
“Como a procura pelo pescado caiu muito nos últimos tempos, acredito que ocasiões como essas poderiam incentivar o consumidor a vir comprar não só o pescado em si, mas também os produtos que vendemos por aqui, sejam temperos ou as próprias refeições dos almoços”, relatou.
No último ano, segundo a organização do evento, os varejistas registraram aumentos de 30% na venda do pescado durante o período da ação, superando as expectativas antes registradas.
Rogério do Nascimento, que também é comerciante e trabalha no local há 35 anos, relata sobre sua experiência em edições anteriores.
“Sempre vale a pena vir enquanto acontece a Semana do Peixe. Consigo, dependendo do peixe, dar um desconto de 20 a 30% em relação à média do preço tabelado”, relata.
Além de ações promocionais, a campanha contará com eventos com participação da cadeia produtiva, oficinas educacionais para crianças e divulgação de materiais promocionais junto ao consumidor final.
Preço atual do peixe – Em comparação aos meses anteriores, o preço dos chamados peixes de alto-mar estão mais caros. A justificativa é de que com as últimas ressacas do mar no litoral do Estado do Rio de Janeiro, a oferta está menor do que a procura, por parte dos consumidores.
O namorado, por exemplo, está sendo vendido a R$ 29,00 o quilo, enquanto nos meses anteriores, estava a R$ 24,00 – um aumento de 20,8%. Já em relação ao cherne, o quilo está sendo vendido a R$ 49,90, e nos últimos meses estava a R$ 35,00 – outro aumento, cerca de 40%.
Por outro lado, peixes considerados de água doce estão mais baratos. A corvina de linha, que estava sendo vendida a R$ 15,00 o quilo, agora está a R$ 9,99 – uma queda de aproximadamente 34%. O salmão de água doce, que também pode ser encontrado, estava sendo vendido a R$ 60,00 e, agora, está a R$ 39,99 o quilo – outra queda, mas agora de 33,3%. Já a anchova, vendida a R$ 19,00 antes, agora custa R$ 14,99 – mais uma redução de cerca de 21%.
O aposentado Ademar Alves, de 65 anos, vem de São Gonçalo apenas para comprar peixe no mercado, e ele diz que a mercadoria é de melhor qualidade.
“Apesar do preço, sempre compro peixe por ser mais saudável e pelo gosto de minha mulher. Gostaria de pagar bem menos, mas prefiro pagar um pouco mais do que ficar sem pescado em minhas refeições”, relatou.