O Rio de Janeiro permaneceu ontem em estágio de atenção. A chuva que atingiu a cidade na madrugada de ontem provocou a formação de bolsões d’água em vários locais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um alerta de condições severas para o estado do Rio de Janeiro até sábado, devido a áreas de instabilidade na madrugada e manhã de ontem. A temperatura máxima na quarta-feira foi de 26 graus e a mínima, de 19. Para hoje, a previsão é de chuva moderada, passando a fraca ao longo do dia, com rajadas de vento moderado a forte em toda a cidade.
A tempestade da madrugada de ontem provocou bolsões d’água e queda de árvores em diversos pontos do município do Rio de Janeiro. Os bairros mais atingidos foram Barra da Tijuca, Recreio, Alto da Boa Vista, Grajaú e São Cristóvão. No Maracanã, a Rua Professor Gabizo foi interditada, em razão de uma árvore caída. Equipes da prefeitura também trabalharam na Rua Humaitá, sentido Jardim Botânico, no acesso ao Túnel Rebouças, para desobstruir a via.
Ocorrências - A Defesa Civil registrou 43 chamados para vistoria de residências em decorrência das chuvas. Quatro delas foram na Barra da Tijuca, quatro em Campo Grande, quatro na Rocinha e três em Barra de Guaratiba.
Segundo o órgão, as principais ocorrências são rachaduras e infiltrações de estruturas. Apenas um chamado foi classificado como emergencial: a queda de uma árvore em um poste de energia e em um imóvel, em Campo Grande. Não houve necessidade de acionar sirenes do sistema de alerta das áreas de risco da cidade.
A SuperVia, concessionária de trens do Rio, informou que a estação São Francisco Xavier, na Zona Norte, está fechada desde cedo devido ao alagamento.
Angra dos Reis – A Defesa Civil do município de Angra dos Reis emitiu por mensagem de texto sinal de alarme para a evacuação da comunidade do Morro da Boa Vista, no Parque da Catacumba, devido ao alto índice pluviométrico no local.
A cidade segue em alerta, com chuva forte desde ontem, embora ainda não haja registros de alagamentos em residências, deslizamentos ou queda de árvores. As sirenes não foram acionadas.
A maior preocupação, no momento, não é a chuva e, sim, a saturação do solo, que continua encharcado, aumentando o risco de deslizamentos, informou a Defesa Civil. Segundo a prefeitura, a previsão para as próximas horas é de chuva forte e a Defesa Civil pede para que as pessoas que moram em áreas de encostas ou propensas a alagamentos que “fiquem atentas aos próximos informes enviados por SMS e ao alarme das sirenes. Em caso de emergência, a população deve ligar para o telefone 199”.
Para evitar mais alagamentos, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, através da Secretaria Executiva de Serviço Público, estão realizando, desde o início da semana, a revisão de toda a rede de drenagem de águas pluviais do município, principalmente dos pontos de alagamento.
Ao contrário de outras cidades, que decretaram ponto facultativo e cancelaram as aulas, em Angra as escolas municipais funcionam normalmente.
Rocinha – Uma área com risco de deslizamento de pedras na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, terá que ser vistoriada e evacuada pelo poder público, determinou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) em decisão cautelar de caráter de urgência. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que afirmou que a situação envolve uma pedra de grande porte localizada no alto do Morro Dois Irmãos.
O MP afirma que já havia protocolado pedido de providências por parte dos órgãos públicos municipais ao tomar conhecimento da situação, mas não teve notícias de que foram tomadas providências de autoridades estaduais ou municipais “com o fim de garantir a integridade física da população, em caso de eventual deslizamento”.
Segundo o MP, a pedra estaria prestes a se deslocar e escorregar pela encosta, “expondo a iminente risco os moradores e várias casas da comunidade localizadas no espectro de rolamento destas pedras”.
Decisão - O pedido chegou ao Plantão Judicial e foi aceito pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, que determinou que as autoridades estaduais e municipais “procedam à imediata vistoria no local e evacuação dos moradores residentes na Comunidade da Rocinha e adjacências, que estejam no espectro de rolamento das pedras”.
Além disso, a sentença acrescenta que o estado e o município devem promover o reassentamento das pessoas em locais dignos até a remoção das pedras e/ou cessação do período de chuvas.