De acordo com pacientes, os atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Fonseca e do Colubandê começaram a ser normalizados nesta quarta-feira (29), como previsto pela Secretaria Estadual de Saúde. Com a reposição dos medicamentos e do material hospitalar, os pacientes que necessitaram dos setores de urgência e emergência dessas unidades foram atendidos considerando a classificação de risco dos casos mais graves para os de menor gravidade.
“Consegui atendimento hoje, graças a Deus. Minha avó teve queda de pressão em casa, e como ela tem 89 anos, resolvi trazê-la para ver se estava tudo bem. Fizeram a triagem rápida e passaram uma medicação para ela. Estamos aguardando para entrar”, diz Ana Julia Mendes, de 26 anos, que esteve quarta pela manhã com a avó, Célia Justino, na UPA do Fonseca.
Na semana passada, em virtude do atraso no repasse de recursos, as unidades passaram a reduzir o atendimento à população e, por consequência da pouca verba para manter a UPA funcionando, apenas 30% dos serviços foram mantidos e as prioridades eram casos de emergência.
A empresa que administra as unidades citadas, Organização Social Instituto dos Lagos Rio, garantiu que parte do débito foi pago após um repasse da Secretaria de Estado de Saúde. A administradora garantiu que seria o suficiente para abastecer a UPA com os medicamentos e material que estavam faltando. “Hoje o atendimento foi bem melhor. Eu estava vindo aqui desde domingo e não conseguia nada. Os funcionários estavam sentados na recepção. Até os médicos. E diziam que não tinha medicamento nem luva. Hoje cheguei aqui, fui atendido, aferiram minha pressão. Estava um pouco alta, me deram medicamento e o médico ainda me deu a receita, porque nem isso eu tinha conseguido no domingo”, explicou Antonio Gomes, de 58 anos.
Por sua vez, a Secretaria de Saúde ressaltou que não vem recebendo a totalidade dos recursos previstos em seu orçamento, tendo em vista a grave crise financeira do Estado, e reconhece a existência de débitos anteriores com a OS. Mas afirmou que todos os recursos disponíveis para a pasta estão sendo destinados, como prioridade, para a manutenção do funcionamento das unidades de saúde.
Uma funcionária, que não quis se identificar, disse que faltavam itens básicos na unidade do Colubandê. “Aqui não tem nem papel higiênico. A gente está confiante que melhore agora com essa verba que foi rep assada. Chegaram alguns medicamentos hoje, já tem luva para trabalhar. Esperamos que agora as coisas melhorem”, disse a enfermeira.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, ainda, que em 2016 a OS Lagos Rio recebeu R$ 6,7 milhões referentes à UPA do Fonseca, sendo o último pagamento realizado em junho, no valor de R$ 500 mil. Também foi pago o valor de R$ 6,8 milhões referentes à UPA do Colubandê, sendo o último pagamento realizado em junho, no valor de R$ 600 mil.