Taxa de homicídios cresce 275% em Niterói

Por

A polícia atribuiu à guerra do tráfico o aparecimento de três corpos em acesso ao Morro do Estado, no mês passado

Arquivo/Julio Silva

O número de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) em Niterói cresceu 275% no mês de novembro, em comparação com o mesmo período de 2014. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Foram quatro homicídios em 2014 contra 15 neste ano. 

De acordo com o comandante do 12° BPM (Niterói), coronel Fernando Salema, este crescimento desproporcional se dá por conta da guerra de traficantes por disputa de territórios na cidade. Dos 15 homicídios ocorridos em novembro, foram cinco na Zonas Norte, quatro no Centro, quatro na Região Oceânica e dois na Zona Sul da cidade.

“A disputa territorial entre os criminosos causou esse aumento no número de homicídios dolosos. Tirando um caso que foi passional, e mais alguns poucos, a maioria tem ligação com o tráfico de drogas na cidade. Nossas repressões em comunidades fazem com que traficantes mudem de local e busquem novos pontos”, explicou Fernando Salema, lembrando o tiroteio no Morro do Estado, na região central de Niterói, no início do mês de novembro, quando uma guerra entre facções criminosas rivais pelo controle do tráfico de drogas deitou rastro de sangue. 

“Só no Estado foram três mortos mês passado, sem esquecer que houve aquela troca de tiros entre os traficantes um dia depois. Infelizmente tivemos esse aumento no número de homicídios”, disse, referindo-se aos três corpos que foram encontrados com várias marcas de tiros na Rua Padre Anchieta, no dia 2 de novembro.

Em contrapartida, os dados do ISP revelam que o número de roubo de veículos diminuiu 19% em comparação com novembro do ano passado, assim como roubo a transeuntes (-25%) e a coletivo (-51%). Ainda de acordo com Salema, as constantes operações nas vias da cidade contribuíram para as reduções. 

“Nós realizamos muitas operações nos limites de Niterói, ficamos sempre em pontos estratégicos. O serviço de inteligência funciona bem. A nossa dinâmica de mudança constante dos locais ajuda a confundir e assim realizamos as prisões. O trabalho é feito”, contou. 


  • Tags: