Temporal causa destruição e provoca transtornos em Niterói

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Com o vento, uma árvore foi ao chão, danificando parte da grade da Catedral São João Batista, no Centro. Por sorte, ninguém ficou ferido na queda que atingiu o estacionamento

Evelen Gouvêa

Após grande parte da população do estado do Rio ficar em alerta com os avisos de tempestades emitidos pela Defesa Civil, moradores de Niterói e São Gonçalo passaram por transtornos durante esta quarta-feira (13). Uma forte chuva com ventos intensos atingiu as cidades na madrugada e manhã desta quarta, provocando alagamentos em diversas ruas de ambos os municípios, além de casas alagadas e queda de árvore.  

Em Niterói, que permanece em estágio de atenção, diversas ruas amanheceram alagadas. 

Em Icaraí, na Zona Sul, a Rua Presidente Backer, próximo ao Estádio Caio Martins ficou completamente alagada. Já na Avenida Roberto Silveira, bolsões de água tomaram as calçadas. Na Rua Gavião Peixoto, a chuva invadiu as ruas e as calçadas. 

Em Santa Rosa, moradores da Rua Doutor Mario Vianna tiveram complicações para transitar por conta do volume de água que invadiu as pistas. 

Em Charitas, na Avenida Professor Silvio Picanço, as duas faixas ficaram completamente inundadas. E, pela primeira vez, uma faixa reversível foi montada, no sentido Jurujuba para o Centro. 

“A reversível ajudou muito a fluidez do trânsito, pois em toda chuva forte tem alagamento nesse ponto específico de Charitas e é sempre uma grande dificuldade passar pela via”, disse a agente financeira Maria Tereza Alves, de 47 anos.

Procurada, a NitTrans informou que esta medida só é adotada pontualmente.

Na Alameda São Boaventura, no Fonseca, Zona Norte, o canal que corta a via transbordou e as pistas ficaram debaixo de água. Na Rua General Castrioto, no Barreto, as pistas molhadas complicaram o trânsito nos dois sentidos. Também no Barreto, na Rua Assis Vasconcelos, um ônibus da viação Galo Branco enguiçou por conta do alagamento. 

Segundo a Defesa Civil de Niterói, nenhuma sirene precisou ser acionada e não houve registros de feridos ou de ocorrências de deslizamentos no município. 

Apesar disso, um trecho da RJ-104, na altura da Caixa D’Água, teve um deslizamento de terra que invadiu parte da calçada, cobrando uma maior atenção de pedestres que passavam pelo local, no sentido São Gonçalo. Não foi relatado nenhum acionamento da ocorrência e nenhuma vítima. 

As pistas da Avenida Doutor Silvio Picanço no sentido Centro ficaram completamente tomadas pelas águas, sendo necessário montar uma reversível para desafogar o trânsito na região

Evelen Gouvêa

Aulas – Por medida de prevenção, as aulas na rede municipal de educação foram suspensas nesta quarta. Nesta quinta-feira (14), as aulas seguem normalmente.  

Falta de luz – Moradores de Niterói relataram, nas redes sociais, picos de energia em diversos bairros do município. 

Procurada, a Enel informou que, por conta da forte chuva que atingiu a cidade durante a madrugada, a queda de galhos sobre a rede elétrica provocou a interrupção do serviço em alguns bairros de Niterói, especialmente em Pendotiba, Maria Paula, Fonseca e Barreto. De acordo com a distribuidora, técnicos trabalham para normalizar o serviço durante o dia. 

Previsão do tempo – Em alerta divulgado pela Defesa Civil, a chuva esperada para a cidade perdeu a intensidade, porém Niterói permanece em estágio de atenção. De acordo com o Inmet, a temperatura nestq quinta deve variar entre máxima de 26 graus e mínima de 21 graus, com tempo encoberto durante todo o dia. Para a sexta, a previsão é de período nublado, com chuva a qualquer hora o dia. A máxima prevista é de 25 graus e a mínima 21 graus. 

A Marinha do Brasil emitiu um alerta de ressaca, que vale até 10h desta quinta, com ondas podendo chegar a 2,5 metros, do Sul Fluminense até Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.

Árvore cai no Centro – Na Rua São Pedro, no Centro de Niterói, uma árvore centenária caiu dentro do estacionamento da Catedral São João Batista, na noite da última terça-feira, logo que a chuva começou a ficar mais forte. Com a queda, a árvore destruiu parte da grade da Catedral. 

Segundo os vigias, por volta das 21h, parte da raiz árvore se soltou e um estrondo foi escutado. Quando foram verificar o que havia ocorrido, se depararam com a destruição. Ninguém ficou ferido. 

Procurada, a Prefeitura de Niterói informou que a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) informa que uma equipe esteve no local realizando o corte da árvore e que a retirada será feita.

São Gonçalo – Já no município vizinho, em São Gonçalo, diversas ruas também ficaram alagadas com o temporal que atingiu a cidade durante a madrugada desta quarta. Durante a manhã, motoristas que passavam pela rodovia RJ-104 também encontraram alagamentos nos trechos do Laranjal, Jardim Catarina e também na altura do bairro Colubandê.  

No Centro de São Gonçalo, motoristas tiveram transtornos na Avenida Presidente Kennedy, altura da Rua Salvatori, onde os veículos precisaram reduzir por conta do alagamento. Nos bairros do Mutuá, Portão do Rosa, Boa Vista e Gradim, as pistas molhadas dificultaram o tráfego de veículos e pedestres. Na rodovia RJ-106, trechos do bairro Arsenal e Tribobó tiveram pequenos bolsões de água em pontos do acostamento e das calçadas da rodovia.   

Em Neves, São Gonçalo, toda a extensão da Rua Maurício de Abreu, por exemplo, ficou completamente tomada pela água. 

A aposentada Marilda Rios, de 65 anos, perdeu, mais uma vez, muitos móveis. Ela, que mora com seu filho, teve que desmarcar uma consulta médica pois não podia deixar a casa alagada. 

“É só começar a chover que começo a ficar preocupada. Já perdi muitos móveis, a maioria das coisas que perdi com essa chuva recente eram doadas porque não tenho dinheiro para repor sempre que chove. Só posso tirar a água de dentro da minha casa quando escoar a do quintal. Estou pedindo para Deus para que a chuva dê uma trégua”, disse Marilda. 

Para os moradores antigos da via, o alagamento já não é mais novidade. 

“Não tem como dormir tranquilamente. Passei a noite inteira tirando água do meu quintal. A culpa desses alagamentos são essas calçadas irregulares. A prefeitura precisa fiscalizar e tomar uma atitude. Não adianta vir na rua, tirar foto e dizer que vai tomar uma providência. Moro na mesma casa há anos e é sempre a mesma situação. Tenho que rezar para o tempo melhorar, porque se cair outra chuva forte eu não sei o que será de mim”, desabafa a aposentada Marilda Nunes, de 71 anos. 

Apesar desses incidentes, a Defesa Civil de São Gonçalo informou que não recebeu chamados. Ainda de acordo com o órgão, no período de 4 horas, durante a madrugada, os bairros de Alcântara, Rio do Ouro e Ipiíba registraram os maiores volumes de chuva. 

O funcionamento das 25 sirenes que estavam desligadas há quatro anos, devido à crise financeira no estado do Rio, está sendo reativado. A primeira etapa do trabalho, com troca de baterias, testes das placas de som e troca de botão de acionamento manual, já foi realizada. Ainda faltam as fases 2 e 3 para que o sistema volte à normalidade. 

 

Diversos moradores de Neves, em São Gonçalo, ficaram ilhados, como as aposentadas Marilda Nunes e Marilda Rios. A prefeitura informou que não recebeu chamados

Evelen Gouvêa



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