Cerca de 200 famílias recebem atendimento em São Gonçalo devido a casos de denúncias de violências contra crianças e adolescentes. Só em 2017, o Disque 100, canal da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, registrou mais de 84 mil denúncias de violação dos direitos de crianças e adolescentes, e mais de 20% relacionadas a violência sexual. Nesta sexta-feira (18), no Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Gonçalo (CMDCA-SG), se uniram a movimentos sociais e governamentais marcando o dia 18 como um dia de luta em toda a cidade. A ação de conscientização aconteceu em Alcântara e fez parte das milhares de manifestações em todo território nacional.
“Lugar de criança é tendo acesso a educação, saúde, cultura e a políticas públicas que garantam uma infância plena e com direitos. Essa mobilização, estarmos aqui hoje ocupando uma via pública, é um convite a cidade a pensar que essa é uma luta de todos nós que um dia fomos crianças também”, disse a subsecretária da Infância e Adolescência, Domingas Puccu.
O dia 18 foi instituído através da lei federal 9970 de 2000, em alusão ao “Caso Araceli”, uma menina de oito anos que foi sequestrada e violentada nesta mesma data em 1973, no Espírito Santo. Os agressores nunca foram punidos. A data marca a luta e mobilização em todo o país pela garantia de proteção e direito a toda criança e adolescente. De acordo com o vice-presidente do CMDCA-SG, Haroldo Granja, a grande dificuldade da denúncia ser feita se dá muitas vezes pela falta de conhecimento de órgãos e instituições que atuam no combate a violência, por parte das famílias.
“Muitas pessoas não sabem da existência do Disque 100, por exemplo. O nosso próprio município possui instituições como o conselho para que essas denúncias sejam feitas e apuradas. O abuso quase sempre parte de alguém muito próximo das crianças, e muitas pessoas têm medo até mesmo de procurar ajuda. Por isso ações como essa são importantes”, disse. E a fala do vice-presidente é reiterada pela promotora Laiza Rubim, de 40 anos, que esteve presente no ato, e ressaltou a importância da aproximação desses serviços com a população.
“Atos como esse são de extrema importância pois a maioria da população não sabe a quem recorrer em um caso de violência, não tem informação de que existe um conselho, um disque denúncia, ferramentas que possam garantir a proteção dessas crianças. Quando essas instituições públicas interagem com a cidade, informando e conscientizando, as pessoas podem ter conhecimento dos seus direitos”, destacou.
Ato em combate à exploração sexual
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