Barcas antigas fora de circulação

Outras três embarcações antigas, entre elas a Ipanema, foram vistoriadas após colisão da barca Boa Viagem

Arquivo/ Júlio Silva

Depois da colisão, na quarta-feira, de uma barca antiga no píer da Praça XV, no Centro do Rio, que deixou 15 pessoas feridas, o secretário de Estado de Transporte, Carlos Roberto Osorio, informou que as outras três barcas com mais de 50 anos de uso serão aposentadas até o final do ano. A Secretaria informou que no mesmo dia do acidente foram realizadas revisões nas barcas Martim Afonso, Ipanema e Itapuca, e todas apresentaram condições para navegar pela Baía de Guanabara. 

“A Corcovado [barca] já está no Rio e passa pelas últimas revisões. A previsão é que ela esteja operando até o final de agosto. Com a chegada das novas barcas, as antigas serão aposentadas. Em relação a revisões, cada barca tem um cronograma, mas por conta do acidente, a Martim Afonso, Ipanema e Itapuca passaram por uma revisão extraordinária, principalmente no motor reverso, que provavelmente foi o motivo dos acidentes dessa semana e do da Ilha do Governador”, esclareceu Osório. 

Além da Corcovado que já está no Rio, o governo garante que as outras sete barcas serão integradas à frota até o início de 2016. As barcas Vital Brazil e Boa Viagem, que se envolveram nos acidentes da Ilha do Governador e da Praça XV, respectivamente, já foram retiradas de circulação.

Carlos Roberto Osorio, que se reuniu nesta quinta-feira (16) com o defensor público-geral do Estado, André Luís Machado de Castro, o presidente da Agetransp, Cesar Mastrangelo, e outros integrantes da Defensoria, informou que um acordo está sendo negociado entre a CCR Barcas e os feridos no acidente, sem necessidade de uma ação judicial.

“Os advogados da concessionária demonstraram estar abertos para o acordo. Acredito que ele seja firmado até semana que vem, e que após isso, dentro de no máximo 20 dias esse problema esteja resolvido”, explicou o secretário.

De acordo com o defensor público-geral do Estado, até a próxima semana serão definidos o valor das indenizações e também como os passageiros poderão comprovar que estavam nas barcas.

“Além da indenização a cada uma das vítimas por um procedimento rápido, também está em tratativa a reparação do dano coletivo, uma indenização nos moldes da que já aconteceu em outros episódios, com a devida proporcionalidade”, explicou o André Luís Machado de Castro.

Além das indenizações, o secretário Osório garantiu que a CCR Barcas será multada pelo acidente na Praça XV.

“A perícia deve estar pronta dentro de 30 dias. A responsabilidade de fiscalizar é da Agetransp, mas com certeza a concessionária será multada”, garantiu Osório. 

A Agetransp informou que a apuração do acidente está na fase inicial e que a embarcação passará por perícia no estaleiro. A agência destacou que o atendimento prestado aos usuários pela concessionária também será avaliado. 

Concessão – Apesar das especulações que o Grupo CCR abandonaria o controle da concessão das barcas, a empresa informou que aguarda a conclusão do processo de revisão das tarifas, que ocorre em períodos regulares, conforme previsto no contrato em vigor. 

“Enquanto aguarda a decisão do pronunciamento da agência reguladora, a CCR Barcas opera normalmente e segue cumprindo todas as obrigações previstas em contrato”, informou a empresa, por meio de nota. 

No início do ano, a empresa informou que nos últimos dois anos teve mais de R$ 110 milhões em prejuízo e para tentar amenizar a conta, o preço das tarifas teriam que passar de R$ 5, para R$10.

Com Pedro Conforte