Pelo segundo ano consecutivo, Niterói não vai receber o Bloco das Piranhas, uma das festas mais tradicionais da cidade. De acordo com a Secretaria de Ordem Pública, da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), não está autorizado nenhum evento no dia 31 de dezembro que não seja a Festa do Réveillon, na Praia de Icaraí. A justificativa é que ficaria inviável o efetivo das forças de segurança conseguir trabalhar nos dois eventos. Ficou decidido, então, que para não prejudicar a estrutura e a segurança dos moradores e visitantes durante a virada de ano, o bloco está vetado.
Em 2015, após 30 anos se apresentando na Av. Jornalista Alberto Francisco Torres, em Icaraí, o desfile do Bloco das Piranhas passou a ser realizado, na Av. Amaral Peixoto, no Centro. No ano de 2016, quando foi realizado o último desfile com a autorização da Prefeitura de Niterói, a via recebeu cerca de 5 mil pessoas, um número bem menor de quando era realizado na Zona Sul da cidade.
Já no ano passado, mesmo proibido, o Bloco das Piranhas reuniu dezenas de pessoas na Praça Arariboia, no Centro de Niterói. Os foliões foram impedidos de desfilar pelas ruas por agentes de segurança, entre eles policiais militares e guardas municipais.
Fabianna Brazil, madrinha do bloco há mais de 20 anos, lamenta o fato de, por mais um ano, o poder público não conseguir promover a segurança de uma manifestação tradicional da cidade.
“Foi quebrada uma tradição de uma festa popular de mais de 30 anos. Brigas e confusões sempre existiram, como qualquer outro bloco. Nosso público geralmente é formado por um núcleo de pessoas jovens que bebem e que vão ‘exorcizar’ tudo de ruim que passaram durante o ano todo. É uma forma de se expressarem. Milhares de pessoas se reuniam, embaixo de um calor de 40 graus, para celebrar o ano que passou. É uma pena acabarem com isso”, queixa-se.
Fabianna acredita que neste ano os foliões não vão se reunir em nenhum local de Niterói, visto que ninguém a comunicou sobre o bloco ainda.
“Minha esperança é que possamos ter uma melhor estrutura para, quem sabe um dia, voltar com essa grande manifestação cultural”, disse.
Bloco das Piranhas sem vez em Niterói
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