Casos de chikungunya crescem 553% no 1º trimestre em SG

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Diariamente ainda é grande o número de pessoas com sintomas da doença que têm buscado atendimento médico

Foto: Douglas Macedo

A Secretaria de Saúde de São Gonçalo divulgou nesta quinta-feira (5), os números da chikungunya na cidade, no primeiro trimestre do ano. Ao todo foram 477 casos da doença, contra apenas 73 no mesmo período de 2017, um aumento de 553%. De janeiro para fevereiro, o número de casos passou de 84 para 262, o equivalente a um aumento de 211%. Mas o registro de apenas 131 casos em março deste ano pode indicar uma tendência de queda.

Nas unidades de saúde do município, ainda é grande o número de pessoas com sintomas da doença que buscam atendimento médico na rede pública. Segundo o diretor do Polo Sanitário Washington Luiz Lopes, Jorge Francisco, pacientes de bairros como Rocha, Galo Branco, Trindade e Nova Cidade têm buscado a unidade diariamente. 

“O diagnóstico de chikungunya é demorado, pois o resultado dos exames demora de sete a dez dias para ficar pronto. Nós estamos solicitando e direcionando carros fumacê e entrando em contato com a Sucam para atuar nos os lugares cuja incidência da doença tem crescido, como o Rocha e o Galo Branco, por exemplo. O Polo Sanitário sinaliza esses casos para mapear os bairros”, explica Jorge.

Na manhã desta quinta, na Unidade Municipal de Pronto Atendimento de Nova Cidade (UMPA), a movimentação de pessoas em busca de atendimento médico era grande.

“A unidade está cheia, mas há dias em que há muito mais procura por atendimento. Temos recebido uma demanda muito grande de pacientes com suspeita de chikungunya”, afirma a gerente administrativa da unidade, Roberta Azeredo. 

A estudante de 25 anos Juliana Souza conta que chegou à unidade acompanhada de sua mãe por volta das 7h e que até as 10h ainda não havia recebido atendimento. 

“Estou há alguns dias sentindo muitas dores por todo o corpo, principalmente nas articulações, e com febre. Tenho dificuldade até para caminhar e chegar aqui foi um verdadeiro desafio”, desabafa Juliana.

A auxiliar de serviços gerais Roberta Pereira, de 40 anos, diz que está sem ir ao trabalho há dois dias por conta do mal-estar causado pela doença. 

“O médico que me atendeu recomendou dois dias de repouso, para que eu possa me recuperar e voltar à minha rotina. Mas acredito que precisaria de um pouco mais, pois as dores, o inchaço pelo corpo e as náuseas são muito intensos”, relata Roberta.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que os bairros com maior incidência de chikungunya são Tenente Jardim, Engenho Pequeno, Zé Garoto e Venda da Cruz. A Secretaria afirma que o município não se encontra em surto da doença, pois para ser considerado surto é necessário que haja 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. E foram registrados, até agora, 48 casos para cada 100 mil habitantes. 

Dados da Vigilância Ambiental mostram que 25% dos focos do mosquito são encontrados nas residências e que é necessário que a população não acumule objetos e plantas que possam ser criadouros. Os agentes já realizam o trabalho de visitas domiciliares com o intuito de procurar focos do mosquito, já que a ameaça pode estar em qualquer espaço de casa onde tenha água limpa e em temperatura ambiente, ideal para se tornar criadouro de larvas do mosquito”, finaliza a Secretária de Saúde.