Chikungunya: quase 9 mil casos

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O número de casos de febre chikungunya registrados este ano pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), no Rio de Janeiro, chegou a 8.963. Os dados são de janeiro a abril e já correspondem a mais do que o dobro de todo o ano passado, quando foram 4.305 casos. De janeiro a abril de 2017 foram infectadas 2.065 pessoas.

O médico Alexandre Chieppe, da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, disse que o aumento já era esperado, uma vez que o vírus nunca circulou no estado e, portanto, a população não tem imunidade a ele.

“A situação da chikungunya no estado, já era uma preocupação, devido ao baixo padrão de imunidade da população. Como é um vírus novo, a população é toda susceptível. Isso é um ingrediente importante no componente de altas transmissões de chikungunya. A gente vem se preparando há algum tempo, desde 2014 já vínhamos monitorando o que estava ocorrendo no Brasil e já esperávamos a possibilidade da entrada e circulação mais intensa no país”.

Chieppe destaca que não se pode caracterizar a situação como uma epidemia de chikungunya, mas, sim, casos de surtos isolados da doença, que não se espalhou por todo o estado. “Temos uma transmissão isolada em pontos de alguns municípios, mas não há uma transmissão em todo o estado. Então, eu diria que temos surtos isolados da doença em algumas localidades. Não chega a ser uma epidemia, que é mais abrangente no tempo e no espaço, ou seja, que dura mais tempo e abrange mais território”.

O médico citou aumento de casos em Niterói, em alguns bairros do Rio, em São Gonçalo e em Nova Iguaçu, na baixada fluminense. Ele lembrou que a primeira notificação da febre chikungunya no país ocorreu em 2014, em Feira de Santana, na Bahia, e depois se espalhou pela Região Nordeste. Apesar do aumento considerável em relação ao ano passado, a partir de agora, o número de casos tende a cair, devido à sazonalidade da transmissão da doença, que segue o mesmo padrão da dengue, pois tem o mesmo mosquito vetor, o Aedes aegypti.

“A tendência agora já é diminuir muito a transmissão, a partir da segunda quinzena de junho, em julho, e eventualmente voltaremos a observar aumento de transmissão lá pelo mês de dezembro. É isso que, historicamente, acontece com a dengue e com as outras arboviroses urbanas. Tem relação com a chuva e com a queda da temperatura, isso tudo facilita a diminuição da população de mosquito e a menor atividade do vírus”.

Os casos de dengue também aumentaram este ano. De janeiro a abril do ano passado, foram 6.162 registros e, no mesmo período deste ano, chegaram a 8.007, um aumento de 29,9%. Em todo o ano passado, foram registrados 10.697 casos de dengue. Apesar do aumento, Chieppe disse que a variação está normal para os períodos interepidêmicos.

Segundo o médico, o estado caracteriza como epidemia quando é ultrapassada a marca de 50 mil no ano, como em 2016, quando ocorreram 72 mil casos apenas entre janeiro e julho. Ao todo, naquele ano ano foram registrados 1.483.62 casos de dengue e, em 2017, o número caiu para 251.711.