A chuva que parou Niterói

Niterói
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Niterói parou na tarde desta segunda-feira (29), durante o temporal que caiu sobre a Região Metropolitana do Rio por mais de uma hora. A chuva provocou alagamentos em diversos pontos do município e causou transtornos para motoristas e pedestres. O volume da água inundou as vias e  congestionou as pistas de acesso ao Centro, Zona Norte, Zona Sul e a Região Oceânica. No início da noite, os trabalhadores que utilizam o transporte público sofreram nos pontos de ônibus e no Terminal a espera dos coletivos. Em alguns locais,  as rajadas de vento, provocaram queda de árvores e a falta de energia.

No Ingá, a orla ficou completamente alagada mudando a paisagem da região.

Foto do leitor: Juan Campos / Reprodução / Facebook

Por volta das 16h a chuva forte atingiu o município e provocou retenções no trânsito da Alameda São Boaventura, no Fonseca, da Avenida do Contorno, no Barreto, e da Rodovia BR-101, em Manilha, no sentido Centro. Os motoristas que já trafegavam pelo Centro, nas avenidas Jansen de Melo, Ernani do Amaral Peixoto e Marquês de Paraná, ficaram presos por mais de duas uma horas no trânsito, devido a chuva e aos trechos de alagamento.  

Ainda no Centro, as ruas Professor Vicente Romano e São Lourenço, foram tomadas pelas águas. Nestes pontos era possível ver sacolas de lixo boiando nas pistas.

"Estamos ilhados. Não é a primeira vez que isso acontece. Todo verão sofremos algum tipo de transtorno, devido ao entupimento dos bueiros", lamentou a dona de casa, Andréia Antunes Amaral, de 45 anos. 

Para fugir do alagamento, condutores precisaram retornar pelas ruas Professor Heitor Carrilho e pela Travessa Indígena, que ainda ofereciam trechos de acesso. No bairro do Ingá, na Rua Presidente Pedreira, uma árvore de aproximadamente quatro metros caiu em cima de três carros que estavam estacionados. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e interditou uma das faixas da via para remoção da árvore. A medida gerou congestionamento do trecho até a rua Presidente Domiciano e atingiu vias paralelas. 

Terminal – Quem precisou de ônibus para se deslocar também enfrentou dificuldades. Por volta de 19h, o Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro, ficou lotado de passageiros a espera de coletivos que não chegavam, presos em congestionamentos. Foram quase três horas de espera. 

Falta de luz - Bairros da Zona Sul e Norte foram afetados pela interrupção de energia elétrica desde o início do temporal que começou por volta das 17h. Em Santa Rosa, pontos da Rua Doutor Mário Viana ficaram sem luz, mesma situação em vias de Icaraí, e no Fonseca.

A concessionária de energia elétrica Ampla, que administra o o serviço na cidade, admitiu que a chuva provocou a falta de luz e informou que equipes foram acionadas para restabelecer o fornecimento de energia na regiões, mas não precisou prazos.     

Pelas redes sociais internautas comentaram os transtornos provocados pelo temporal e registraram os momentos de dificuldades que enfrentaram. Alguns até ironizaram os alagamentos publicando  vídeos praticando remo e stand up paddle pelas ruas de Icaraí.
 
A Defesa Civil de Niterói informou que, devido ao grande volume de chuva, foi acionado, de forma preventiva, o Sistema de Alerta e Alarme em quatro comunidades da cidade.

O  sistema foi acionado por medida de segurança. As sirenes dos morros do Preventório, em Charitas, e do Estado, no Centro, além das instaladas nas comunidades do Viçoso e Coronel Leôncio, foram disparadas às 16h5, às 17h15 e às 18h09, respectivamente. Os moradores, com o apoio dos voluntários dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs), foram orientados a se dirigirem aos pontos de apoio.  Equipes da Defesa Civil, da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, além da Emusa, trabalharam intensamente na limpeza a fim de evitar maiores transtornos. 

Em virtude da tempestade muitos alagamentos em pontos críticos que, após a redução da intensidade das chuvas, escoaram, ainda que em período de maré cheia. No Mergulhão o sistema de bombeamento automático foi acionado, e a via funcionou todo o tempo. A Prefeitura de Niterói informou que 100 toneladas de lixo foi a quantidade removida pela Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN) nos últimos dias 20 e 21, por conta das fortes chuvas que atingiram a cidade naquele final de semana. Parte deste volume foi de resíduo domiciliar colocado fora do horário de coleta e de lixo jogado nas vias irregularmente.  

A CLIN solicita que, em caso de chuva,  para evitar que bueiros fiquem entupidos, os moradores obedeçam aos horários de colocação de sacos de lixo na calçada. A previsão para  esta terça-feira (1º) é de tempo instável com possibilidade de chuva moderada a qualquer hora do dia.

No bairro Rocha, em São Gonçalo, motoristas e moradores também sofreram com alagamentos.

Foto: Reprodução / Facebook

A chuva também provocou estrados em bairros de São Gonçalo, nesta segunda-feira. No Vila Lage, moradores enfrentaram um grande alagamento no cruzamento entre as ruas Alberto Torres e José Ramos Oliveira. Crianças do Colégio Ângela Soares foram liberadas apenas às 20h30, quando o horário de saída é às 17h. Vans escolares e pais de alunos não conseguiam chegar ao local, menos ainda os funcionários deixar a unidade. A avó de um dos alunos, Márcia Ribeiro, de 56 anos, contou que a situação foi desesperadora.   

"Ficamos preocupados com a situação toda, ninguém passava nessa via. Sempre enche por aqui. As vans que buscam as crianças não conseguiam chegar até o colégio e nem ninguém. A escola foi muito atenciosa, deu lanche, cuidou. Ficamos esperando a água baixar para resolver", contou a avó de João Miguel, de oito anos.  

No Rocha, a água da chuva encheu a Rua Salvatori, próximo à Praça do bairro, no cruzamento com a Rua Américo Salvador.  

Em Alcântara, o trânsito ficou lento na Rua Doutor Alfredo Backer por conta de bolsões de água e pela intensidade da chuva. Houve alagamento na Rua João Caetano, região da Rua da Feira.  

Em Neves o trânsito foi prejudicado na Rua Oliveira Botelho, com alagamento que se estendeu do cruzamento com a Rua silva Jardim até a altura da 73ª DP.   

Pontos de alagamento foram registrados na Estrada da Trindade, via de ligação com a BR-101.  No bairro Trindade, o cruzamento entre a estrada de mesmo nome e Avenida Cidade de Campos foi comprometido por conta de um grande alagamento, que impediu até mesmo o tráfego de veículos de grande porte.  Ainda na Estrada da Trindade, em Luiz Caçador, outro grande alagamento prejudicou o tráfego no viaduto que corta o bairro.  

O Porto da Pedra também sofreu com alagamentos na Rua Abílio José de Matos, principal via d bairro.