Comércio de Niterói estende ofertas

Niterói
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Os comerciantes de Niterói manterão até março as tradicionais promoções de início de ano. Na Rua Coronel Moreira César, em Icaraí, um dos principais polos comerciais da cidade, os preços estão até 70% mais baixos. A expectativa é de que as ofertas consigam rever a retração nas vendas registrada nos primeiros meses de 2016.

A psicóloga e professora Gilzete Passos acredita que é preciso avaliar uma série de fatores antes de comprar, mas admite que os preços estão convidativos.

“Passo pela Rua Moreira César diariamente e tem muitas coisas com um preço bom, mas, para mim, o momento não é de gastar”, comenta.

O presidente do Sindilojas Niterói,  Charbel  Tauil, ressalta que o movimento ainda se encontra abaixo do ideal porque o consumidor acaba de sair do carnaval.

“Em boa parte das lojas as liquidações deverão prosseguir até março, quando a tendência será de uma procura maior. Para o consumidor trata-se de um momento para sair em campo e conferir as promoções, pois há várias oportunidades, mesmo no momento de crise que o país está passando”, explica.

Queda das vendas - A queda de 4,3% no volume de vendas do comércio varejista em 2015 foi a maior desde o início da série histórica, em 2001, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa também foi a primeira vez que um ano fechou em queda, desde 2003.

“O comércio varejista reflete o consumo das famílias. Todos os fatores que inibem o consumo das famílias têm um impacto direto no volume de vendas. É uma combinação de enfraquecimento do mercado de trabalho, com a redução da renda real, a confiança do consumidor, a pressão inflacionária, que vem evoluindo principalmente no grupamento de alimentos e combustíveis e a elevação da taxa de juros, que inibe a compra de bens duráveis”, disse a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes.

Os principais impactos para a queda de 4,3% vieram dos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-14%), supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-2,5%), tecidos, vestuários e calçados (-8,7%) e combustíveis e lubrificantes (-6,2%).

Entre os oito segmentos pesquisados, apenas um teve crescimento no volume de vendas: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3%). Considerando-se também os dois segmentos que misturam atacado e varejo (e compõem o chamado varejo ampliado), a maior queda veio dos veículos, motos, partes e peças: 17,8%. Os materiais de construção tiveram recuo de 8,4%.