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Cilindros de gás estariam debaixo dos escombros. Alunos temem uma tragédia
Foto: Lucas Benevides
Profissionais e estudantes do Colégio Estadual Walter Orlandini, no bairro Paraíso, em São Gonçalo, cobram verba para a reforma das dependências da instituição após desabamento de um barranco, resultando em três laboratórios da unidade fechados desde 2016. A escola havia sido contemplada para receber R$ 1 milhão oriundos da Lava Jato, mas descobriu ter perdido a quantia no mês passado por, segundo eles, falta de escritura do terreno.
Após a notícia, grupo de profissionais e estudantes da unidade, que atende aproximadamente 2 mil alunos do ensino médio, se juntou para reivindicar a melhoria e já organiza uma manifestação. Em janeiro de 2016, uma chuva forte derrubou o barranco que sustentava casas do Morro do Feijão, comunidade da parte traseira da unidade, destruindo parte dos laboratórios de química, física e biologia. A Defesa Civil interditou a área, mas a Secretaria de Estado de Educação não realizou a remoção dos escombros ou as obras de contenção.
“O governo alegou que não tem a escritura da escola e escolheu outra para contemplar, mas a gente fica com esse risco? Um prédio construído em 1980, desse porte, que não é registrado, não pode ficar assim. Os alunos não usam o laboratório e ficam longe da parede, mas e na próxima chuva? O segundo andar é sala de aula, se o barranco descer mais e derrubar o muro do colégio, cai tudo. Não é uma revitalização por estética”, ponderou uma funcionária que prefere não se identificar.
Segundo o grupo, laudos mostram que a queda do muro não é de risco iminente, porém, o medo é que com a chegada do verão, as chuvas se intensifiquem e a tragédia aumente. Na área atingida, dois cilindros de gás do laboratório de química foram soterrados e não há informações do estado do equipamento. Além disso, por não poderem usar, boa parte do material das salas de aula prática se perdeu, mas alunos ainda buscam recuperar o mobiliário.
“Não é um luxo o que pedimos. Minha irmã fez o ensino médio aqui e adorava os laboratórios, era todo equipado. Tem alunos que se formam neste ano e nunca conseguiram usar os equipamentos. As grades que seguram o barranco não comportam mais o peso, estão cedendo aos poucos”, contou o estudante do 2° ano Yuri Coutinho da Cruz, de 20 anos.
Em maio deste ano, a Justiça Federal autorizou o uso de R$ 17,9 milhões do dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato para ser destinado a obras e melhorias na infraestrutura de escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro. Um termo de cooperação foi assinado em fevereiro e previa um diagnóstico da rede estadual de ensino e a Secretaria Estadual de Educação seria a responsável por escolher as escolas a serem beneficiadas.
Procurada, a Secretaria de Estado de Educação não respondeu sobre a verba que seria destinada para a unidade, mas informou que enviará uma equipe para avaliar a situação atual da unidade de ensino e determinar o planejamento para recuperação dos espaços danificados.
Conhecimento soterrado desde 2016 em São Gonçalo
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