Corrida pela imunização no Rio

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Quem procurou a Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca, em Santa Rosa, precisou de paciência para receber a vacina

Foto: Lucas Benevides

Os recentes casos divulgados de febre amarela no Estado – quatro casos, sendo um óbito em Teresópolis, dois mortos em Valença e outro doente no mesmo município – estão preocupando a população. Em Niterói, nesta terça-feira (16), os postos de saúde amanheceram lotados devido à alta procura de moradores pela vacina de prevenção da doença. Uma campanha nacional de vacinação contra a febre amarela do Ministério da Saúde está prevista para acontecer entre 19 de fevereiro e 9 de março com doses fracionadas da vacina. Entretanto, quem for viajar a países que exijam o certificado internacional de vacinação, emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve tomar a vacina padrão, mesmo que tenha tomado a dose fracionada. 

O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira Júnior, fez um apelo nesta terça para que a população procure os postos de saúde para se vacinar contra a febre amarela.

“A gente conclama a população que venha buscar a vacina para estarmos protegidos em todo o nosso Estado”, disse o secretário, após a apresentação de ações para aprimorar o programa de residência médica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Segundo ele, até o momento não há necessidade de antecipar a campanha de vacinação fracionada prevista para começar no dia 19 de fevereiro, pois existem doses suficientes em todos os municípios.

A Secretaria de Saúde informou que cerca de 8 milhões de pessoas (60%), de um público-alvo de 14 milhões, ainda não se vacinaram contra a doença no Estado.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, todos os 92 municípios do Estado já estão incluídos na área de recomendação da vacina de febre amarela desde julho do último ano, e a campanha de vacinação é permanente. Durante este tempo, a vacina sendo aplicada nos postos é a dose única. A decisão de fracionamento de doses, divulgada a partir de campanha do Ministério da Saúde, é uma medida preventiva e emergencial adotada em razão da quantidade de doentes no país, protegendo um maior número de pessoas por pelo menos oito anos.

No Rio de Janeiro, 2,4 milhões de pessoas devem receber a dose fracionada e, em casos específicos, a dose padrão deverá ser aplicada, são elas: crianças de 9 meses a menores de 2 anos, pessoas com condições clínicas especiais como HIV/Aids, doenças hematológicas ou após término de quimioterapia, gestantes e viajantes internacionais, mediante apresentação do comprovante de viagem. Desses, a previsão é de 7,7 milhões vacinados. Em razão do carnaval, a campanha acontece entre 19 de fevereiro e 9 de março, sendo o dia 24, o dia D de mobilização.

Em Niterói, o assunto assustou os moradores. Na Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca, em Santa Rosa, por exemplo, cidadãos enfrentaram enormes filas desde as 8h e precisaram ter paciência para obter atendimento. A empresária Thathiana Harduim, 38, visitou o local com o filho, de 1 ano e 10 meses, em busca de vacinação para os dois. Para ela, o motivo da alta procura é pela aproximação dos casos com a cidade.

“Vim hoje pela terceira vez. A procura é tão grande que por volta de 13h não há mais vacinas disponíveis, eles interrompem a fila no número de doses disponíveis. Procurei também nas clínicas particulares e não tem. Ficamos com medo, pois cada dia está mais perto de Niterói”, avalia.

A empresária chegou no local às 8h15, e 10h ainda estava na fila. No posto, as vacinas regulares e de febre amarela para bebês e crianças são separadas da fila para adultos.

Neste caso, muitos aguardavam há bastante tempo numa fila que dava voltas. A aposentada Neuza Rodrigues da Conceição, 83, procurou se prevenir para evitar o surto.

“Procurei meu cardiologista, e ele me autorizou a tomar a vacina. Como a divulgação das notícias sérias está grande, já esperava uma grande fila, por isso, vim cedo para garantir meu lugar”, contou. 

Procurada, a Prefeitura de Niterói informou que não há caso suspeito da doença na cidade, e que houve um aumento pela procura da vacina nos últimos dias, o Município possui doses da vacina em estoque e abastece as unidades de acordo com a necessidade. 

A imunização ocorre de segunda a sexta, das 8h às 16h, para pessoas na faixa etária de 9 meses a 59 anos, na Policlínica Regional Sérgio Arouca, Policlínica Regional Carlos Antonio da Silva, Policlínica Regional da Engenhoca, Policlínica Regional Guilherme Taylor March, Policlínica Regional Itaipu, Policlínica Regional do Largo da Batalha, Policlínica Regional do Barreto, Policlínica Comunitária de Jurujuba, nas Clínicas Comunitárias da Família da Teixeira de Freitas, Ilha da Conceição, Badu e Várzea das Moças, nos módulos do Médico de Família do Engenho do Mato, Cantagalo, Sapê, Cafubá II e III, Maravista, Caramujo, Jonathas Botelho, Leopoldina e Maruí, Unidades Básicas de Santa Bárbara, do Baldeador, Piratininga, Centro, Engenhoca e Morro do Estado. Policlínica Naval de Niterói.

SG – Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo, o município seguirá o calendário estadual de vacinações e não há previsão de antecipação da campanha de fracionamento do Ministério da Saúde. 

No município, há vacinas disponíveis em 18 unidades básicas de saúde, e a procura é grande no Polo Sanitário Washington Luiz, no Zé Garoto. Apenas nesta terça, foram registrados mil imunizações. A Prefeitura de São Gonçalo também divulgou que nas unidades descentralizadas, o número de vacinações é menor, sendo que no Polo Sanitário Jorge Teixeira de Lima, no Jardim Catarina, foram 100 vacinados. O município não registrou casos suspeitos da doença.