Corte chega ao Pedro II e IFRJ

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Funcionários, alunos e responsáveis temem pelo futuro das instituições e da educação dos jovem da região

Douglas Macedo

O Ministério da Educação (MEC) cortou mais de 30% da verba do Colégio Pedro II (CPII) e do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRJ), na última quinta-feira (2). Anúncio foi feito dois dias após o MEC informar sobre o corte de verbas em todas as universidades federais. 

Fundado em 1837, o Colégio Pedro II é uma das mais tradicionais instituições públicas de ensino básico do País. A instituição conta com 14 campi no Estado do Rio e atende cerca de 13 mil alunos. Em nota pública dos diretores gerais do CPII, eles afirmam que a redução do orçamento inviabilizará o planejamento elaborado pela unidade de ensino. No mesmo documento, eles informam que desde 2014 convivem com a redução do orçamento e que tentam administrar o pagamento de contas básicas e a execução de projetos pedagógicos de excelência. 

O reitor do Colégio Pedro II, Oscar Halac, afirmou que o bloqueio orçamentário linear sobre o custeio das Instituições de Ensino acarretará quebra de contratos celebrados com a iniciativa privada, redução de postos de trabalho e a não prestação de serviços essenciais como merenda escolar, limpeza e vigilância.

Entre os alunos e os seus responsáveis, o sentimento é de preocupação e tristeza. O agente de saneamento Everaldo dos Santos, pai do aluno Milton Alves, de 15 anos, vê com preocupação o corte na verba destinada à instituição. 

“Meu filho chegou em casa desesperado contando a notícia. É um colégio de excelência e foi um trabalho muito árduo para conseguir a vaga. São meses de dedicação. É um corte muito preocupante”, disse Everaldo. 

Os alunos acreditam que, com o corte, o planejamento para conseguir uma vaga futuramente em uma universidade pública fica prejudicado. 

“Com o orçamento que temos já é complicado, imagina com esse corte. Por exemplo, muitos alunos moram longe e deveriam receber quatro passagens por dia, mas muitos só recebem duas”, afirmou uma estudante da unidade do Colégio Pedro II do Barreto. 

Já o IFRJ que fica no bairro de Neves, em São Gonçalo, divulgou em seu site informado que o corte na instituição foi de 32,6 %, totalizando R$ 16.281.273. De acordo com a nota, a redução do orçamento impacta diretamente na capacitação de servidores, recursos para novas reformas, novas obras e no funcionamento do IFRJ. Além das ações de ensino, pesquisa e extensão em andamento, afetando diretamente a vida dos servidores e estudantes.

De acordo com o Ministério da Educação, o critério utilizado para o bloqueio de dotação orçamentária foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos federais. E que o bloqueio seria decorrente da necessidade do Governo Federal se adequar ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, meta de resultado primário e teto de gastos. 

UFRJ - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou na quinta-feira (2/5) que o Governo Federal bloqueou 41% das verbas destinadas à manutenção da instituição. A obstrução orçamentária representa R$ 114 milhões.

Professores e estudantes da instituição colocaram a mão na massa nesta sexta

Divulgação

UFF: mutirão solidário

Foi realizado nesta sexta-feira (03) o Mutirão Solidário Capina a Orla do Gragoatá. A iniciativa é de estudantes e professores da Universidade Federal Fluminense que se organizaram para promover uma limpeza da área. A administração central da UFF prestou auxílio cedendo quatro operadores de máquinas, cortadores de grama, um coordenador, caminhão e gasolina.

O mutirão voluntário aparou o matagal da área, retirou os dejetos e sujeiras do local. Essa é uma ação que evidencia a solidariedade da comunidade da UFF, zelo pelo patrimônio público e trabalho coletivo.

Mesmo em momentos de restrição orçamentária e dificuldades de manutenção, a universidade pública sobrevive. O maior capital da UFF é sua comunidade engajada que ama e se mobiliza em prol da instituição. 

As atividades vão continuar na próxima semana. Além disso, acontecerá um fumacê nos três campi de Niterói, Gragoatá, Valonguinho e Praia Vermelha, e no Mequinho em parceria com a Vigilância Sanitária e a Prefeitura Municipal de Niterói. 

Alunos da Faetec estão sem merenda desde abril

Alunos de uma das escolas mais conceituadas da cidade de Niterói estão sem ter o que comer. Por conta do problema, alunos da Escola Técnica Estadual Henrique Lage, da rede Faetec, que é referência do ensino técnico na região estão estudando só meio período desde abril. Lá, além dos alunos estudarem o ciclo normal do ensino fundamental e médio, também são ensinados os cursos de Edificações, Eletrônica, Eletrotécnica, Construção Naval e Máquinas Navais.

Sendo assim, os alunos estudam em horário integral (7h às 18h). Com problemas de reabastecimento de merenda e refeição (almoço e janta), fazendo que os alunos só estudem meio período, ou seja, acaba atrasando o ano letivo.  “Meu filho e os outros alunos estão há duas semanas sem receberem almoço, eles estão revezando as turmas, pois  não tem comida.

A escola é integral, porém eles estão dividindo os turnos, cada semana. Essa semana eles estão entrando às 7h e saindo às 12h, semana passada entraram às 13h e saíram às 17h. As crianças estão sendo muito prejudicada por causa disso”, afirma a mãe de um aluno que preferiu não se identificar. Raphael Ferreira, presidente do Grêmio estudantil da escola, conta um pouco mais da situação que os próprios alunos estão tentando mudar. “Estamos passando por uma situação muito difícil. Falta de funcionários comprometendo a nossa segurança e Falta de alimentação comprometendo os nossos estudos. Quando tem alimentos é apenas atum e ovo. Fizemos um protesto no dia 16 de abril, mas nada mudou. O presidente da Faetec marcou uma visita, mas não sabemos quando isso terá um fim”, revela. Até o fim desta matéria, a rede Faetec e a unidade não responderam. 

(Colaboração / Andre Bernardo)