Criatividade à mesa neste Natal

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times


A aposentada Myriam Lemos ainda está pesquisando o preço do bacalhau

Foto: Evelen Gouvêa

Com a aproximação do Natal, começa a corrida pelas compras de fim de ano e, é claro, dos ingredientes para a tão esperada ceia. Como em todos os anos, os tradicionais bacalhau e peru não devem faltar na mesa do brasileiro. Mas para quem não pretende gastar muito, há também pratos alternativos e deliciosos que podem ser bons substitutos e, além disso, aliados da boa forma. A nutricionista funcional e esportiva Orion Carneiro diz que é possível pensar em refeições mais em conta para a data especial, com valores que não passam de R$ 60 e também são mais saudáveis. Substituindo o bacalhau, peru e chester, as opções são peixes como o filé de merluza e pescada e o lombo de porco. As sugestões, de acordo com a profissional, são baratas, saudáveis e de baixa caloria por possuírem aminoácidos, vitaminas e minerai

Segundo especialista da FGV, o alto índice de desemprego e a crise do Estado são os responséveis pelo perfil do consumidor

Foto: Evelen Gouvêa

“No Natal, costumam esquecer da salada de folha, usam maionese e batata. Mas ela é importante e barata. Opções são alface, rúcula, agrião e repolho roxo, completando com dois legumes, exemplo de beterraba, chuchu, brócolis e abóbora, que são itens para ceias mais nutritivas”, explica.

Como carboidrato, a dica é purê de batata, inhame ou aipim, assim como arroz de forno, com brócolis e cenoura. Quem não dispensa a sobremesa pode optar pela salada de frutas da época, como abacaxi, banana e morango ou, numa opção mais doce, o doce de abóbora e coco ralado, com leite de coco.
“Todas as opções são saudáveis, acessíveis e com valor nutricional até melhor do que os tradicionais. No dia seguinte, ninguém vai ficar com a consciência pesada”, comenta. 

A pesquisa “Perfil do Comportamento do Consumidor”, realizada pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), aponta que 42,5% dos consultados acreditam que o gasto neste ano com a tradicional ceia de Natal será igual ao último ano. Já 10% esperam consumir mais. 

Roberto Kanter, professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista do mercado varejo, acredita que este ano o consumidor não deva optar por produtos considerados supérfluos e importados. Segundo ele, por ser uma época de tradição, os consumidores não devem deixar de celebrar o Natal, mas estão mais propícios a economizar.

Segundo ele, o consumidor está mais seletivo, com visitas regulares aos supermercados em busca de ofertas, abrindo até mão da lealdade pela marca.

“Vivemos em busca da promoção, é o que guia o consumo”, resume.

Às vésperas da ceia de Natal, niteroienses têm comparecido aos supermercados para pesquisar produtos que fazem sucesso na ceia. A ideia da aposentada Myriam Lemos Barcellos, de 63 anos, é aproveitar os preços mais baixos.

“Já comprei pernil e tender, pois gosto de estar sempre preparada, pensando nas receitas que poderia fazer com o que tenho. Ainda falta o bacalhau, que estou pesquisando preços. Além disso, acredito que os valores possam aumentar e, além disso, depois sobra o que as pessoas não querem mais”, opinou.

Em São Francisco, na Zona Sul de Niterói, artigos típicos da data são encontrados pelos seguintes preços médios: bacalhau (R$ 60/kg); panetone (R$ 25,90); e nozes (R$ 33,20/kg). Em Icaraí, os preços estão parecidos, entretanto, alguns alimentos podem ser encontrados com preços médios mais em conta, como o panetone (R$ 20,89) e frutas (uva, pêssego e melão, entre R$ 5 e R$ 7 por quilo). A doméstica Aparecida Martins, de 58 anos, diz que os valores dos produtos parecem não ter variado muito em relação ao último ano, mas lembra que é preciso pesquisar.

Nesta época do ano o bacalhau continua sendo um dos pratos mais procurados, até mesmo por quem não costuma comemorar a data

Foto: Evelen Gouvêa

“Estou buscando ainda os preços da castanha portuguesa e do chester, mas o bacalhau encontrei em preço razoável e já comprei. O bolinho está garantido”, anunciou.

No Centro, os preços médios dos produtos são ainda mais atrativos para os clientes. O bacalhau (R$ 47,98/kg) é um dos mais procurados, até mesmo por quem não comemora a data com tanta intensidade. O aposentado Ademir José da Silva, de 68 anos, tem ido sempre ao mercado para fazer pesquisa de preços.

“Achei o preço do bacalhau acessível, então acabei comprando. Mas acredito que os valores estejam mais caros do que ano passado. Ainda vou ver o preço do pão da rabanada, chester e as frutas para saber se vou comprar”, contou.

Na Zona Norte, no Fonseca, os valores médios cobrados são similares aos do Centro. O panetone (R$ 16,99), o peru (R$ 16,48/kg) e a castanha (R$ 29,48/kg) são os produtos apontados como melhores opções.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que a expectativa é de que as vendas no setor cresçam 8,34% neste período festivo, um número que, porém, representa a queda de 1,22% em relação ao ano passado.

Para fugir dos produtos de preços altos, algumas famílias optam por mudar a ceia tradicional e deixar o bacalhau para quando o peixe estiver na promoção. O técnico de análise clínica Jonas Gomes de Souza, de 41 anos, acredita que não vale gastar o 13° para apenas um dia, já que a data foi feita com o objetivo de unir a família.

“Tem que estar dentro do orçamento de cada um, não adianta se endividar. Este ano estou achando os preços muito altos. O jeito será experimentar marcas mais baratas ou evitar as comidas típicas”, avaliou